O presidente norte-americano, Donald Trump, enviou na quinta-feira uma carta a 17 CEO de empresas farmacêuticas dando um prazo de 60 dias, que expira a 29 de setembro, para baixarem o preço dos medicamentos. A Eli Lilly, Sanofi, Regeneron, Merck, Johnson & Johnson e Astrazeneca foram algumas das empresas que receberam esta carta.
O governante exige a aplicação de várias medidas entre as quais a de que os Estados Unidos tenham preços de “Most Favored Nation” (nação mais favorecida) para os inscritos no Medicaid (programa de saúde norte-americano para pessoas com baixos rendimentos), e que seja garantido esse mesmo preço para novos medicamentos.
Nessa mesma carta, sublinha a agência noticiosa Reuters, Trump diz ainda que as empresas farmacêuticas “devem devolver o excesso de receitas” no estrangeiro que resultaram do aumento de preços noutros países, como maneira de compensar os preços mais baixos que seriam praticados nos Estados Unidos, algo que seria concretizado através de um acordo com o governo norte-americano.
O governante defende ainda que as farmacêuticas não devem oferecer a outros países desenvolvidos preços melhores do que os que seriam praticados nos Estados Unidos, e afirmou que o governo norte-americano iria encontrar uma forma de eliminar os intermediários de modo a fornecer diretamente os medicamentos aos doentes, desde que as empresas farmacêuticas pratiquem preços mais baixos nos Estados Unidos tal como já acontece noutras geografias.
A reivindicação de Trump vem em linha com a ordem executiva que tinha assinado em maio, lembra a agência noticiosa Reuters, onde defendia a baixa dos preços dos medicamentos para um nível equivalente ao de outros países.
A CNN salienta que a administração norte-americana denunciou que o preço de alguns medicamentos nos Estados Unidos chegam a ser “três vezes mais caros” do que noutros países desenvolvidos, acrescentando que nessa mesma ordem executiva, de maio, colocava um prazo de 30 dias para que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos fixa-se alvos no que diz respeito ao preço dos medicamentos.
Recorde-se que Trump já tinha ameaçado aplicar uma tarifa de 200% se a indústria farmacêutica não baixasse os preços praticados nos Estados Unidos.
Trump disse ainda, através da rede social Truth Social, que a maioria das propostas que o governo norte-americano recebeu por parte das farmacêuticas “prometeram mais do mesmo”, ou seja, optaram por “transferir as culpas” ou pediram mudanças na política que “iriam resultar em mais milhões em donativos” para a indústria. O governante acrescentou que a “única coisa que iria aceitar” por parte dos produtores de medicamentos é “um compromisso que garanta às famílias norte-americanas” um “alívio imediato” dos “preços extremamente inflacionados” dos medicamentos e o “fim da boleia gratuita da inovação norte-americana por parte dos países europeus e de outros países desenvolvidos”.
O diretor responsável pela área da saúde na Veda Partners, Spencer Perlman, citado pela CNN, considerou que Donald Trump “não tem autoridade legal ou ferramentas regulatórias” para pedir aos produtores de medicamentos que vendam os seus produtos aos Estados Unidos como “Most Favored Nation”. Contudo Spencer Perlman referiu que o governo norte-americano pode tentar instituir um “teste obrigatório” para que esses preços mais baixos se reflitam nos programa Medicare e Medicaid.
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