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Trump justifica abandono dos curdos: “Não nos ajudaram na Segunda Guerra Mundial”

Depois de ter ordenado a retirada das forças militares norte-americanas e dos turcos terem avançado com uma ofensiva no nordeste da Síria, Donald Trump defendeu o sucedido dizendo que os curdos não foram aliados na Segunda Guerra Mundial.
10 Outubro 2019, 14h56

Donald Trump justificou a retirada das tropas dos EUA e a ofensiva militar turca na Síria dizendo que estes não ajudaram os EUA durante a Segunda Guerra Mundial durante os conflitos na Normandia.

Numa conferência de imprensa, o presidente dos EUA minimizou o papel dos curdos e afirmou que apenas se limitaram a lutar pelas suas terras na Síria durante a batalha contra o Estado Islâmico, e insistiu que os EUA gastaram “enormes quantias de dinheiro” em ajuda aos curdos na compra de munições e de armas.

“Só para que percebam, os curdos estão a lutar pelas suas terras,” disse Trump aos jornalistas na Casa Branca. “E como alguém escreveu num artigo muito, muito poderoso hoje, eles não nos ajudaram na Segunda Guerra Mundial, eles não nos ajudaram na Normandia, por exemplo. Mas eles estão lá para nos ajudar com a terra deles e isso é uma coisa diferente”.

No início da quarta-feira, Trump anunciou em comunicado que não apoiava a operação militar turca e achava que era uma “má ideia”. Na declaração, Trump responsabilizou Ancara pelos milhares de combatentes do Estado Islâmico presos pelos curdos. Porém, não se referiu diretamente aos curdos, nem sinalizou qualquer resposta imediata dos EUA para combater as ações da Turquia.

Trump reagia à operação “Fonte de paz”, lançada pelas forças armadas turcas, uma ofensiva no norte da Síria contra as forças curdas que foram aliadas com os Estados Unidos na luta contra os terroristas do Estado Islâmico. A Turquia considera as YPG um grupo terrorista por causa das ligações com o PKK turco, que luta há décadas pela autodeterminação curda.

Em entrevista à PBS, o secretário de Estado Mike Pompeo defendeu a decisão de Trump e concordou com as preocupações do regime turco. “Têm uma preocupação legítima” e “uma ameaça terrorista a sul”, disse. Porém, afirmou que a saída dos militares norte-americanos não foi acompanhada de uma aprovação à ofensiva turca. “Os Estados Unidos não deram luz verde à Turquia.”

Ofensiva turca continua a avançar. Número de mortos aumenta

Ao início do segundo dia do ataque, o exército turco atingiu 181 alvos das milícias curdas com a sua força aérea e artilharia. Um dos alvos, denunciaram as Forças Democráticas Sírias, foi uma as prisões onde os combatentes do Estado Islâmico estão detidos.

De acordo com o New York Times, esta quinta-feira, cerca de 16 combatentes curdos foram mortos quando forças terrestres turcas atacaram as cidades no nordeste da Síria. Outros 33 membros das Forças Democráticas Sírias ficaram feridos.

A mudança das forças armadas turcas para a Síria começou, esta quarta-feira, depois da decisão do presidente Trump no domingo de retirar as tropas americanas do caminho da Turquia, apesar da discordância dos seus próprios oficiais militares e do Departamento de Estado.

 

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