A UBS vai lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre o Credit Suisse Group pagando três mil milhões de francos suíços (3,03 mil milhões de euros). O Governo fornece uma garantia estatal de nove mil milhões de francos suíços (9,1 mil milhões de euros) para cobrir perdas potenciais com os ativos do Credit Suisse.
A instituição bancária aumentou a sua oferta depois de o Banco Nacional Suíço (SNB) ter oferecido ao UBS uma linha de liquidez de cerca de 100 mil milhões de francos suíços como parte do acordo. O banco central suíço fornecerá assim liquidez substancial ao banco resultante da fusão. Credit Suisse “is too big to fail”, disse Thomas Jordan, presidente do banco central (SNB), que apontou a crise bancária dos Estados Unidos como determinante para o problema do gigante suíço nos últimos dias.
O anúncio foi feito pelo ministro do Conselho Federal Suíço, Alain Berset. O responsável sublinhou que, de outra forma, não seria possível “restabelecer a confiança que tem faltado nos mercados financeiros”. A Oferta Pública de Aquisição era, por isso, “absolutamente necessária”, numa situação descrita pelo próprio como “difícil”.
Depois, a presidente da Finma, Marlene Amstad, revelou que aprovou a fusão e que este acordo histórico tem como finalidade restabelecer a estabilidade financeira. A responsável pelo regulador financeiro disse mesmo que a falência do Credit Suisse teria consequências desastrosas para o sistema financeiro mundial.
A UBS paga 0,76 cêntimos por ação na OPA sobre o Credit Suisse, num total de três mil milhões de francos suíços.
O acordo prevê que os acionistas do Credit Suisse recebam uma ação do UBS por 22,48 ações do Credit Suisse detidas, o que equivale a 0,76 euros por ação.
O UBS aceitou assumir perdas de 5,4 mil milhões de dólares (5 mil milhões de euros) do Credit Suisse, e espera uma poupança anual de custos com a fusão de cerca de 7 mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) até 2027, segundo a “Reuters”.
O banco resultante da fusão terá 5 biliões de dólares em ativos sob gestão, disse o presidente do UBS que revelou também que vão reduzir a atividade de banca de investimento do Credit Suisse.
A ministra das Finanças suíça diz que esta é uma solução comercial e recusa que seja um “bail-out”, na conferência de imprensa de anuncio do acordo histórico.
O chairman do UBS, Colm Kellerher, revelou na conferência de imprensa que será o CEO Ralph Hamers que irá liderar o banco resultante da fusão.
A Autoridade de Supervisão do Mercado Financeiro Suíço (FINMA) disse ainda que será possível continuar todas as atividades comerciais de ambos os bancos sem restrições ou interrupções. A FINMA disse que coordenará com as autoridades nacionais e internacionais, ou seja, o Federal Reserve dos EUA e a British Prudential Regulation Authority.
O acordo não está sujeito à aprovação dos acionistas do UBS, pelo que será concluído “o mais rapidamente possível”, faltando apenas as autorizações dos reguladores fora da Suíça onde os bancos estão presentes, segundo o Chairman do UBS. A fusão deverá estar concretizada no fim de 2023.
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