A contra-ofensiva russa para retomar as áreas da região de Kursk sob controlo ucraniano foi interrompida, disse o porta-voz do comando regional ucraniano à Agence France-Presse, acrescentando que “vários milhares” de civis russos estavam na área. Os russos “tentaram atacar pelos flancos, mas foram parados, a situação estabilizou-se e está sob controlo” ucraniano, disse o porta-voz do comando, Oleksi Dmytrachkivsky.
Do outro lado das trincheiras, a narrativa é levemente diferente. Os militares russos continuaram as suas operações ofensivas na região de Kursk e repeliram quatro contra-ataques ucranianos ao longo do dia, disse o Ministério da Defesa russo. O vice-chefe da Direção Político-Militar Principal das Forças Armadas russas, o major-general Apty Alaudinov, disse à TASS que os combatentes russos destruíram duas passagens de pontões montadas pelas forças armadas ucranianas na região.
No meio do desentendimento noticioso – que começou no dia em que a invasão teve início, a 23 de fevereiro de 2022 – parece certo que, após o ataque de surpresa das forças ucranianas a Kursk, o exército russo anunciou em 12 de setembro que havia recuperado terreno lançando uma contra-ofensiva na região. “Tiveram alguns sucessos menores, mas esse sucesso transformou-se agora num cerco” às tropas russas, disse Dmytrachkivsky.
O porta-voz também disse ainda que “vários milhares” de civis russos permanecem em território controlado pela Ucrânia. “Em algumas localidades há mais de cem pessoas”, em outras, “mais de duzentas, mais de quinhentas”, disse, negando quaisquer maus-tratos a civis da parte de soldados ucranianos.
Entretanto, o parlamento da Ucrânia aprovou esta quarta-feira um aumento do orçamento de defesa de 500 mil milhões de hryvnias, ou 10,8 mil milhões de euros. Cerca de 60% desses fundos devem ser usados para salários dos militares e 40% para armas e equipamentos, referiu um parlamentar nas redes sociais. No total, 298 parlamentares votaram a favor do aumento do orçamento e nenhum votou contra, segundo a imprensa ucraniana. “Os gastos deste ano totalizam um recorde de” 80 mil milhões de euros
De acordo com Roksolana Pidlasa, chefe do Comité de Orçamento, o financiamento adicional será obtido por via da emissão de títulos estatais e da redução de despesas relacionadas com o pagamento da dívida do Estado. Outros 700 milhões de euros virão de receitas conseguidas com o aumento de impostos, e 275 milhões serão provenientes do imposto especial de consumo sobre tabaco e combustíveis.
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