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Ucrânia: EUA avisam para “consequências significativas” se Irão ceder mísseis à Rússia

“Estamos extremamente alarmados com esta informação”, comentou o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, aos jornalistas, referindo que “qualquer transferência de mísseis balísticos iranianos para a Rússia representaria uma escalada dramática no apoio do Irão” à invasão da Ucrânia.
EUA
10 – Estados Unidos
9 Setembro 2024, 20h24

Os Estados Unidos avisaram hoje que o fornecimento de mísseis balísticos do Irão à Rússia representaria uma “escalada dramática” no apoio a Moscovo durante a guerra da Ucrânia e que poderia ter “consequências significativas”.

“Estamos extremamente alarmados com esta informação”, comentou o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, aos jornalistas, referindo que “qualquer transferência de mísseis balísticos iranianos para a Rússia representaria uma escalada dramática no apoio do Irão” à invasão da Ucrânia.

“Deixámos claro que estamos preparados para impor consequências significativas”, acrescentou o porta-voz, sem especificar que medidas os Estados Unidos ou os seus aliados poderiam tomar contra o Irão.

De acordo com o Wall Street Journal, os Estados Unidos informaram os seus aliados europeus sobre a entrega de mísseis iranianos de curto alcance à Rússia, numa altura em que intensificam os ataques contra cidades e infraestruturas ucranianas.

O Kremlin não negou que o Irão lhe fornecesse estes mísseis, referindo que a Rússia estava a desenvolver as suas relações com Teerão como bem entendia, particularmente nas áreas “mais sensíveis”.

O Irão, por sua vez, afirmou que não entregará estas armas a Moscovo.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, encontra-se hoje e na terça-feira em Londres para discutir a situação no Médio Oriente e na Ucrânia, antes da visita no fim de semana aos Estados Unidos do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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