O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, exortou vários líderes internacionais que “mantenham a pressão” sobre o Presidente russo, Vladimir Putin, para que este aceite um cessar-fogo na Ucrânia e inicie negociações de paz. Na intervenção de abertura de uma reunião virtual, Starmer afirmou que “mais cedo ou mais tarde, ele vai ter de se sentar à mesa e iniciar uma discussão séria”. Pelo contrário, vincou, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, presente na conferência, “demonstrou mais uma vez que a Ucrânia é o partido da paz, porque concordou e comprometeu-se com um cessar-fogo incondicional de 30 dias”.
O primeiro-ministro português participou na reunião por videoconferência “para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro”. “Participei numa reunião promovida pelo Reino Unido e pela França no quadro dos esforços para alcançar um cessar-fogo na Ucrânia, com base em negociações para uma paz justa e duradoura”, escreveu o primeiro-ministro na sua página oficial na rede social X. Luís Montenegro indicou que Portugal estará ao lado dos seus “aliados para garantir a paz e a segurança hoje e no futuro”, seguindo “os princípios do direito internacional”. O primeiro-ministro entrou nessa reunião por videoconferência a partir do Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa, onde esteve também o presidente do Conselho Europeu, António Costa.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro salientou que “Portugal tem manifestado disponibilidade para contribuir em conjunto com os seus parceiros europeus, para um quadro de iniciativas que contribuam para alcançar a paz, em linha com os princípios do direito internacional, e para garantir que a mesma possa ser sustentável no tempo”.
“Vamos agora passar a uma fase operacional. As nossas forças armadas reunir-se-ão esta semana, na quinta-feira, aqui no Reino Unido, para estabelecer planos fortes e sólidos para apoiar um acordo de paz e garantir a futura segurança da Ucrânia”, anunciou Keir Starmer, numa conferência de imprensa. Segundo Starmer, “este é o momento de iniciar o debate sobre um mecanismo de gestão e controlo de um cessar-fogo total”.
Aos cerca de 25 países presentes na chamada por videoconferência, Starmer disse que não devem ficar “simplesmente à espera” mas continuar a apoiar a Ucrânia de forma militar e financeira, e também preparar uma força de manutenção de paz.
“Tendo em conta os desenvolvimentos dos últimos dias, [temos de] manter a pressão sobre Putin para que se sente à mesa das negociações. E penso que, coletivamente, temos uma série de formas de o fazer”, acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reiterou a necessidade de continuar o trabalho para formar o que chama de “Coalition of the Willing”, uma coligação de países dispostos a participar numa força de manutenção de paz com soldados ou meios militares. Uma sessão de planeamento militar deverá ser realizada na próxima semana.
Por seu turno, o presidente do Conselho Europeu defendeu que a Rússia tem de mostrar “real vontade política” para acabar com o conflito na Ucrânia e disse que a Europa quer garantir que os ucranianos tenham uma posição forte em futuras negociações. “Agora, a Rússia precisa de mostrar real vontade política para acabar com a guerra”, escreveu António Costa nas redes sociais, depois da reunião. Na publicação, António Costa diz que a Europa está empenhada em “assegurar que a Ucrânia tem uma posição forte em futuras negociações de paz”. “A União Europeia contribui ativamente para fortalecer a Ucrânia e aumentar a sua capacidade de defesa, através de apoio político, financeiro e militar, para alcançar uma paz completa, justa e duradoura”.
A Austrália está aberta a participar numa força de manutenção de paz na Ucrânia, afirmou por seu turno o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, após uma reunião virtual com 25 líderes internacionais organizada pelo Reino Unido. “A Austrália está sempre aberta a considerar novas propostas para apoiar a Ucrânia”, disse, num comunicado publicado após o encontro, realizado por videoconferência. Albanese mostrou-se disposto a “considerar quaisquer pedidos para contribuir para um futuro esforço de manutenção de paz” recordando uma tradição de 80 anos de participação em missões de manutenção de paz.
A conferência deste sábado acontece após várias semanas de diplomacia intensa por parte dos países europeus para mostrar aos Estados Unidos a disponibilidade para participar num processo de paz, mas também dos EUA, que tem mantido contactos com Kiev e Moscovo para chegar a um entendimento.
Esta semana, Kiev aceitou a proposta norte-americana de um cessar-fogo de 30 dias, mais de três anos após a invasão russa, mas Putin expressou reservas sobre este plano e levantou “questões importantes” que precisam de ser abordadas antes que se possa chegar a uma trégua.
O G7 expressou, numa declaração final após uma reunião dos ministros de Negócios Estrangeiros, o seu “apoio inabalável” à “integridade territorial” da Ucrânia e ameaçou a Rússia com novas sanções se não apoiar a proposta norte-americana de uma trégua de 30 dias, já aceite por Kiev mas que encontrou resistências do Kremlin.
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