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Ucrânia: Polónia não enviará tropas para Kiev após cessar-fogo

Numa conferência de imprensa após a reunião dos dois líderes, Donald Tusk insistiu em garantir que “as decisões sobre as ações polacas serão tomadas em Varsóvia e apenas em Varsóvia”.
Donald Tusk
12 Dezembro 2024, 17h35

A Polónia não planeia enviar tropas para a Ucrânia caso seja declarado um cessar-fogo no conflito, disse hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, após um encontro com o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Numa conferência de imprensa após a reunião dos dois líderes, Tusk insistiu em garantir que “as decisões sobre as ações polacas serão tomadas em Varsóvia e apenas em Varsóvia”.

“Cooperaremos com a França – não só com a França, mas sempre com a França – em soluções que, sobretudo, proporcionem segurança à Europa, bem como à Ucrânia, e contra o reinício do conflito, se conseguirmos chegar a acordo para uma trégua e possivelmente para a paz”, sublinhou.

Além disso, salientou Tusk, Kiev deve estar sempre presente no debate sobre a paz e qualquer proposta nesse sentido deve ser aceite pelo Governo ucraniano.

Por seu lado, o Presidente Macron enfatizou a necessidade de uma paz duradoura na Ucrânia, negociada pelos próprios ucranianos e proporcionando-lhes garantias de segurança a longo prazo.

“Não haverá paz na Ucrânia sem os ucranianos”, disse Macron, que defendeu também uma estreita colaboração com os Estados Unidos para encontrar uma solução que respeite os interesses e a soberania da Ucrânia, bem como os interesses e a segurança da Europa, disse.

Macron lançou pela primeira vez a ideia de enviar tropas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para a Ucrânia em fevereiro, tendo, segundo o jornal polaco Rzeczpospolita, proposto, a 27 de novembro, aos líderes de alguns países europeus, incluindo a Polónia, o envio de cinco brigadas (cerca de 40.000 soldados) para a nova linha fronteiriça entre a Ucrânia e a Rússia, um contingente que estaria sob comando polaco.

Foi neste contexto que Tusk falou hoje em Varsóvia para pôr fim “a conjeturas” sobre uma presença militar na Ucrânia.

Além disso, o primeiro-ministro polaco aproveitou a ocasião para destacar o papel crucial que a Polónia tem desempenhado na resposta europeia à guerra na Ucrânia, afirmando que o seu país “suporta o maior fardo entre os países europeus”.

“A Polónia é o maior, fundamental e único centro de ajuda para a Ucrânia a esta escala”, sublinhou, acrescentando que Varsóvia “assume os custos com a plena convicção de que é necessário, que ajudar a Ucrânia também faz parte da segurança da Polónia, da França e de toda a Europa.

Na terça-feira, o primeiro-ministro polaco admitiu que as negociações de paz na Ucrânia poderão começar até ao final do ano.

A Polónia vai assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia em 01 de janeiro.

“A nossa presidência será corresponsável, entre outras coisas, pelo que será o cenário político, pela situação durante as negociações [de paz], que, ainda com alguns pontos de interrogação, poderão começar no inverno deste ano”, disse Tusk à imprensa.

Tusk, um forte aliado da vizinha Ucrânia, falou nesse dia com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e, além da reunião hoje com Macron, tem ainda agendada uma visita a Varsóvia do líder dos conservadores alemães (CDU) Friedrich Merz, candidato a primeiro-ministro e favorito nas eleições legislativas alemãs.

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