O presidente russo reafirmou a sua total indisponibilidade em encontrar-se com representantes de Moscovo antes de as tropas russas saírem do território que considera continuar a ser a Ucrânia. Resta saber até quando os seus apoiantes ocidentais lidarão sem reclamarem com a irredutibilidade de Zelensky.
“Os Estados Unidos sabem que não estou pronto para conversar com terroristas, porque a palavra deles não vale nada”, disse Volodymyr Zelensky à cadeia NBC, comentando relatos de que autoridades dos EUA e da Europa discutiram negociações com o seu Governo para acabar com a guerra com a Rússia.
“De momento, não tenho relações com os russos e eles conhecem a minha posição”, afirmou o chefe de Estado ucraniano, acrescentando que o exército deve primeiro abandonar o território, e “só então o mundo poderá iniciar o processo diplomático”.
Um alto comandante ucraniano disse esta semana que os dois exércitos estavam presos numa guerra de atrito e posições. Mas, sobre esta matéria, o presidente da Ucrânia parece ter uma visão um pouco diferente. O conflito está numa “situação difícil”, mas não num impasse, salientou. Os avanços, que se podem medir com alguma facilidade, parecem dar razão ao comandante: as posições das duas partes em guerra estão essencialmente consolidadas e os observadores internacionais não conseguem descortinar qualquer alteração significativa.
“Na linha de frente não é segredo, não temos defesa aérea”, lembrou. “É por isso que a Rússia controla os céus. Se eles controlam todos os céus, não poderemos avançar rapidamente – até que tenhamos defesa aérea”, comentou Zelensky. A resposta envolve uma renovada crítica ao apoio fornecido pelo Ocidente. Zelensky tem-se queixado, por um lado, que não recebe o apoio necessário – nomeadamente no que tem a ver com aviões de guerra – e, por outro, por alguns países terem falhado com as promessas que haviam prestado em relação ao envio de material de guerra para a Ucrânia.
A linha da frente, com mais de mil quilómetros de extensão, mal se moveu durante quase um ano, apesar da contraofensiva que a Ucrânia tem travado desde junho para tentar libertar os territórios ocupados no Leste e no Sul.
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