Ursos mantêm liderança em Wall Street
Com os olhos do mercado virados a leste, nos desenvolvimentos do impasse entre os EUA e a Rússia com a Ucrânia pelo meio, foi com naturalidade que a sessão de terça-feira foi dominada pela volatilidade, com uma recuperação a iniciar o dia que levou mesmo os índices norte-americanos para território positivo, contudo o cenário ficou francamente pessimista após o presidente Putin ter recebido a bênção da câmara alta do Parlamento russo, o Federation Council, no sentido de enviar tropas para o estrangeiro, abrindo assim a porta da incursão militar nas províncias que Putin reconheceu na segunda-feira como independentes da Ucrânia.
Mas ontem foi também dia reacção por parte do mundo ocidental, na Europa diversos chefes de Estado condenaram a violação da lei internacional por parte da Rússia, e mais importante a Alemanha suspendeu a certificação do gasoduto Nordstream 2, provavelmente um dos principais factores de discórdia em cima da mesa de todos os intérpretes, uma vez que o gasoduto, que está concluído, pretende duplicar a capacidade de fornecimento de gás natural da Rússia à Alemanha, o equivalente a mais de um quarto de todo o consumo europeu, aumentando significativamente a dependência energética da Europa do gás russo, algo que tem sido fortemente contestado pelos EUA, já mesmo desde o tempo de Donald Trump.
Mas não só, Reino Unido, Polónia e Ucrânia são outros opositores ao gasoduto, não apenas pela força política que daria a Putin sobre a Europa, que foi visível em 2006 quando a Rússia reduziu o abastecimento devido a um conflito com a Ucrânia, país por onde passa outro gasoduto que abastece a Europa, num negócio bastante lucrativo para a Ucrânia. Para além desta suspensão os EUA lideraram a imposição de sanções a vários membros do Governo de Putin, bem como a empresas e cidadãos com ligações ao Kremlin, o que até foi recebido de forma positiva pelo mercado, dado que foi para já uma reacção suave, tendo no entanto Biden afirmado que poderá agravar acentuadamente as sanções caso Putin não inverta o rumo, com a bomba atómica a ser a retirada do sistema bancário russo do sistema SWIFT.
A ver vamos, o que os próximos dias irão trazer de novidades, sendo quase certo que a volatilidade continuará a dominar, num terreno onde os ursos lideram as operações, empurrando na terça-feira o S&P500 para território de correcção pela primeira vez em dois anos, com um recuo de 10% desde os máximos de Janeiro.
O gráfico de hoje é do JP225, o time-frame é de 4 horas
O índice nipónico está dentro de um canal descendente, com a linha inferior a proporcionar ontem um local de suporte.
