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Utentes sem médico de família aumentam desde 2019. Lisboa e Algarve com piores resultados no acesso à saúde

O número de utentes sem médico de família continuou a crescer em 2022. O Algarve e Lisboa e Vale do Tejo foram as regiões com o pior desempenho a nível de cuidados com os portugueses.
saúde
12 Julho 2023, 14h01

No final do ano passado, 85,6% dos utentes inscritos nos centros de saúde tinham médico de família atribuído, sendo esta uma redução de 3,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Esta é a conclusão da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ao analisar os cuidados de saúde primários em Portugal, estando em linha com os dados apresentados no fim do mês passado pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP).

Segundo a análise da ERS, esta é uma tendência de diminuição que vem a ser observada desde 2019.

O relatório mostra ainda algumas assimetrias no acesso a médico de família entre o Norte e o restante país. A nível regional, as unidades da região Norte apresentam os melhores resultados em termos de acesso a médicos de família, com Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve a registarem os piores.

Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve exibem as taxas de consultas médicas mais baixas, sendo que a ARS Norte apresentou a maior percentagem de utentes com médico de família, um aumento no número de consultas médicas e um acompanhamento positivo de doentes com diabetes, doenças oncológicas e recém-nascidos.

As consultas médicas realizadas no último ano aumentaram 2,3 pontos percentuais para 70,2%, significando que os portugueses continuaram a aceder aos centros de saúde para check-ups de saúde ou consultas de urgência. A utilização de consultas nas unidades familiares sem médico cresceu 1,4 pontos percentuais face a 2021 para 49,4%.

Já as consultas médicas presencias aumentaram 19% e as consultas ao domicílio cresceram 8%.

O número de consultas com recém-nascidos para a primeira consulta, até aos 28 dias de vida, cresceu 12% face a 2021 e a consulta de enfermagem ao domicílio até aos 15 dias de vida aumentou 29%. Estes valores confirmam os dados de que se verificaram mais nascimentos no ano passado em relação a 2021, considerado um dos piores para a natalidade.

Sobre a atividade assistencial, a ERS evidencia “não ter sido possível recuperar os níveis do ano de 2019, ano interior à pandemia, nos indicadores relativos a consultas”. “Esta realidade não é comum a todas as regiões de saúde, tendo sido identificadas regiões de saúde que já recuperaram os níveis de atividade do ano de 2019 em alguns indicadores”, lê-se no comunicado.

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