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Vacinação dos adultos: “Percentagem de dinheiro dedicada à prevenção é muito reduzida”, alerta ex-ministro

“A prevenção reduz os custos associados com hospitalizações ou complicações de saúde”, realçou, em entrevista ao JE, o antigo governante com a pasta da Saúde, Luís Filipe Pereira.
Reuters
2 Outubro 2024, 07h30

Foram 21 as recomendações de 20 especialistas que defendem calendário vacinal para adultos no programa de vacinação. Ao Jornal Económico (JE), o ex-ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, um dos especialistas que falou sobre a importância da vacinação,  referiu que se investe pouco em prevenção, um conceito presente quando toca a vacinar.

As 21 recomendações foram divulgadas num relatório, geradas no âmbito do Projecto + Longevidade, um think thank dedicado ao impacto da vacinação no adulto.

“Nós temos sempre a ideia de que a vacinação é algo que tem a ver com crianças ou adolescentes, mas a vacinação pode ter um papel muito importante na idade adulta, não só na prevenção das doenças, que podem ter consequências graves”, disse Luís Filipe Pereira ao JE.

Para o antigo governante com a pasta da Saúde, a vacinação “faz parte de um conceito que não tem estado muito presente, que é a prevenção”. “Dispendemos 15 mil milhões por ano em cuidados de saúde em Portugal, mas se virmos a percentagem que é dedicada à prevenção, é muito reduzida, 2% no máximo”.

“A prevenção reduz os custos associados com hospitalizações ou complicações de saúde”, sublinhou.

Luís Filipe Pereira, defendeu que “a vacinação também tem um aspecto de prevenção da saúde pública, como se viu na pandemia”. “Quando se vacina em massa podemos ter uma maior contribuição para a imunidade de grupo”, acrescentou.

Além disso, “a vacinação também promove o envelhecimento saudável”. “Há aqui um conceito de envelhecimento ativo que depende do envelhecimento saudável. E é preciso lembrar que Portugal é o quarto país mais envelhecido do mundo”, recordou.

Assim sendo, “esta questão de termos pessoas saudáveis não só permite menores hospitalizações, menos carga de doença, como também permite que parte delas possam continuar ativas”, frisou.

A somar aos restantes problemas na vacinação de adultos, “também existe o problema com a educação da população em geral”. “Isto é, dizer à população que as vacinas tem um valor fundamental”, esclareceu Luís Filipe Pereira.

“Portugal é dos países da Europa com mais tradição de vacinação e é bom mantê-la e levar ao conhecimento público que a vacinação nos adultos continua a ser muito importante”, vincou.

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