O calor extremo e a seca persistente nos principais países produtores de trigo, como França, Rússia ou Estados Unidos, estão a reduzir as colheitas mundiais e o mercado registou o primeiro défice de produção em seis anos. A situação levou a um disparo no preço do cereal, que já negoceia em máximos de três anos em Chicago, enquanto, em Paris, os futuros estão no valor mais elevado desde 2013.
“Nas últimas semanas, o trigo europeu tem tido uma forte valorização, tocando em máximos de três anos, explicou Ricardo Marques, economista da IMF – Informação de Mercados Financeiros, ao Jornal Económico, sublinhando que esta é “uma das matérias-primas com melhor retorno até ao momento”.
Desde o início de 2018, o trigo já acumula uma valorização de 32,7%, no mercado de futuros de Paris, o preço de uma tonelada de trigo disparou 12% dos 180 dólares há um mês, para os atuais 211 dólares.
A causa está no ano atípico para o trigo, após as últimas colheitas terem sido abundantes, levando mesmo a uma crise de preços prolongada.
“Na origem destas subidas está o tempo extremamente seco em França e na Alemanha que levou vários analistas a rever em baixa as colheitas europeias. A Rússia, maior exportadora de trigo mundial, também vai ter uma queda da produção de cerca de 30% em 2018, suportando ainda mais o preço. Apesar disto, os inventários em 2018/19 devem ficar em valores muito elevados”, acrescentou Marques.
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