André Ventura disse hoje que o Presidente da República desmentiu “cabalmente e categoricamente” a informação em circulação sobre não querer que o Chega faça parte do próximo Governo, revelando, ainda, que não existe também qualquer acordo com a Aliança Democrática (AD).
“Questionei o Presidente da República sobre a notícia de que pretendia que o Chega não integrasse o Governo. O senhor Presidente da República desmentiu cabalmente que tivesse manifestado qualquer intenção que o Chega fizesse parte – integrante, liderante, ou de qualquer outra forma – do Governo da República”, esclareceu o líder do partido de extrema-direita à margem da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que a informação que levou ao Palácio de Belém era “contraditória” com a recebida noutras reuniões em que esteve e com afirmações públicas do Chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas, Ventura fez saber que não existe, até ao momento, qualquer acordo com a AD.
“Transmiti ao Presidente da República que não há ainda nenhum acordo nem nenhum entendimento com a Aliança Democrática que permita garantir a estabilidade do Governo a quatro anos. É evidente que o Senhor Presidente da República foi também informado que o Chega jamais estaria na disposição de contribuir para qualquer maioria que integrasse o Partido Socialista a liderar o Governo de Portugal”, continuou o líder do Chega, sublinhando, sem surpresas, que se o PS for “o partido mais votado e Pedro Nuno Santos indigitado, o Chega fará a oposição ativa e firme que tem feito até agora”.
“Em relação ao papel da AD e do Chega na próxima legislatura, informei o Senhor Presidente da República de que, até ao momento, não há nenhum entendimento que possa ser apresentado como solução governativa. Naturalmente, transmiti, também, que continuamos a fazer todo o esforço, que será acentuado depois de conhecidos os resultados dos círculos da emigração, para que possa haver esse entendimento que dê estabilidade ao país”, acrescentou.
Insistindo no cenário de os socialistas poderem vir a formar governo, Ventura deixou claro a Marcelo que “tudo fará para, mesmo sendo o Partido Socialista o mais votado, apresentar uma solução alternativa à Presidência da República que englobe uma maioria no Parlamento”.
“Era importante que o Presidente da República soubesse que, mesmo se o Partido Socialista vencer estas eleições no final, quer em número de votos, quer em número de mandatos, a maioria do Parlamento já está entre o Chega e o PSD. O Chega tudo fará para, mesmo sendo o Partido Socialista o mais votado, apresentar uma solução alternativa à Presidência da República que englobe uma maioria no Parlamento, sabendo que essa alternativa e maioria não dependem apenas de nós, mas desenvolveremos esforços nesse sentido”.
“Não aceitaremos de ânimo leve a indigitação de Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro ou um Governo do PS nestas condições em que a Assembleia da República tem uma ampla maioria de mudança que pode ser concretizada em matérias tão importantes como o combate à corrupção, o aumento das pensões, a descida de impostos, o aumento dos salários e a melhoria dos serviços públicos. Por isso, entendemos, que devemos ativamente contribuir como uma junção parlamentar governativa que permita ter um Governo diferente do Partido Socialista e, assim, pensamos estreitar um pouco mais as hipóteses que existem de o PS vir a assumir o poder em Portugal nos próximos tempos”, continuou.
Ventura disse ainda a Marcelo que, apesar de faltar “apurar os resultados finais da eleição”, o Chega tem “muita expectativa em relação aos deputados que estão a ser eleitos, com a contagem dos votos dos círculos da emigração”.
“Os dados que temos até ao momento, dados num certo sentido, são de uma forte participação de apoiantes do Chega, quer na Europa quer no círculo fora da Europa e, por isso, isso dá-nos a esperança de poder eleger, também, dos círculos da emigração, aumentando ainda mais os 48 deputados que já integram a bancada do Chega”, afirmou.
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