Vítor Gaspar defende um aumento de impostos sobre os maiores ganhadores da pandemia, como empresas que experienciaram fortes crescimentos no último ano, dando eco às recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em declarações ao Financial Times esta quarta-feira, o antigo ministro das Finanças defendeu que tal medida reforçaria a coesão social, apesar de não haver uma urgência para reequilibrar contas públicas.
Perante o impacto assimétrico da crise gerada pela Covid-19, o FMI sugere que sejam subidas as taxas para os escalões mais elevados de rendimentos, ou um imposto extraordinário sobre excesso de lucros, de forma a sinalizar aos cidadãos que a fatura da pandemia será distribuída pela sociedade como um todo.
“O impacto simbólico deste tipo de contribuições é, por vezes, muito importante”, referiu Vítor Gaspar ao jornal britânico. “Tipicamente, estas ocorrem em circunstâncias verdadeiramente excecionais em que a solidariedade social desempenha um papel particularmente importante”, acrescenta o atual diretor do Departamento de Assuntos Fiscais do fundo.
O FMI sublinha, ainda assim, que os níveis de dívida dos países desenvolvidos deverão estabilizar no pós-pandemia, pelo que a urgência não se prende com um desequilíbrio das contas nacionais, mas sim com o aumento das desigualdades desde o início da crise sanitária, que tem impactado jovens trabalhadores, bem como os menos qualificados e com empregos menos remunerados.
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