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Von der Leyen: “Não podemos parar ditadores mas podemos lutar pela democracia”

A presidente cessante da Comissão Europeia e candidata a continuar discursou antes da votação no Parlamento Europeu que decidirá se é ou não reeleita para um novo mandato.
Ursula von der Leyen – Twitter
18 Julho 2024, 09h24

Ursula von der Leyen discursou na manhã desta quinta-feira no Parlamento Europeu, procurando convencer os grupos políticos a votarem na sua reeleição – o que não está ainda garantido. Insistindo que a Europa deve investir nas tecnologias limpas e na competitividade, cortando a dependência para com a Rússia, a candidata a presidente da Comissão Europeia defendeu, citada pela agência Euronews, investimento na segurança e na defesa da Europa e criticou “extremistas e demagogos”.

“Não podemos parar ditadores mas podemos lutar pela democracia”, disse von der Leyen, que chegou mesmo a referir-se em tom crítico às viagens de Viktor Orbán – primeiro-ministro húngaro e presidente do Conselho da União – a Moscovo e Pequim, considerando-as uma “missão de apaziguamento” e não de paz, como o próprio as descreveu.

“Não podemos parar ditadores, mas podemos lutar pela democracia”, disse, acrescentando mais à frente, no discurso: “Nunca permitirei que a polarização extrema das nossas sociedades seja aceite. Nunca aceitarei que os demagogos e os extremistas destruam o nosso modo de vida europeu. E estou aqui hoje pronta para liderar a luta com todas as forças democráticas desta casa”, disse von der Leyen.

Perante o Parlamento Europeu, von der Leyen afirmou ainda que “o destino da Europa depende do que fizermos a seguir”. Elegendo como prioridade a “prosperidade e a competitividade”, von der Leyen sublinhou as mudanças na economia global e prometeu apoios às empresas e ao mercado interno e garantiu que não irá descurar o Pacto Ecológico.

“Não me esqueço que Putin nos chantageou com os combustíveis fósseis. Mas mantivemo-nos unidos e investimos nas renováveis que nos ajudaram a não ficar dependentes dos combustíveis fósseis russos”, lembrou. Não disse que a Europa passou a ser dependente dos combustíveis fósseis (no segmento do gás) norte-americanos, em vez de investir no fornecimento próprio através de gasodutos que nunca chegaram a sair do papel.

Referindo que, depois da II Guerra Mundial, a Europa está na melhor versão da sua história, von der Leyen disse ainda que, para definir a Europa de amanhã, é necessário perceber como as pessoas se sentem hoje e admitiu que se vive um período de adversidade, de grande incerteza para os europeus.

A presidente cessante da Comissão Europeia defendeu também a criação de um mercado único de defesa e referiu que um escudo aéreo europeu poderia dar um sinal de união da Europa.

A eleição de Von der Leyen não está totalmente garantida e o Conselho teme que a larga coligação que é necessário reunir para tenha uma adesão abaixo do necessário. Antes das eleições para o Parlamento Europeu, a germânica ‘namorou’ o apoio de uma parte da extrema-direita – na pessoa da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni – o que exasperou os seus aliados ‘naturais’ dos conservadores e dos socialistas, o que lança esta quinta-feira uma cortina de dúvidas sobre a sua reeleição.

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