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Votar em Fernando Haddad “vai além dos ideais, virou uma questão de sobrevivência”

Apesar de reconhecer os méritos do candidato que substituiu Lula da Silva na luta pela corrida ao ‘Planalto’, a advogada Danielle Machado admite que “muitos apoiantes do Haddad só o são por medo da eleição do Bolsonaro, da eminente ditadura, do fim da democracia”.
28 Outubro 2018, 15h00

Danielle Machado é natural e residente em Santos, litoral do estado de São Paulo, e tem a decisão de voto tomada há muito: vai votar no Partidos dos Trabalhistas e tem a convicção que Fernando Haddad é a melhor solução para o Brasil. A advogada de 35 anos explicou em exclusivo ao Jornal Económico o motivo pelo qual dá a sua preferência ao candidato do Partido dos Trabalhadores à presidência do Brasil e o que a separa de Jair Bolsonaro. Apesar de reconhecer os méritos do candidato que substituiu Lula da Silva na luta pela corrida ao ‘Planalto’ pelo PT, Danielle admite que “muitos apoiantes do Haddad só o são por medo da eleição do Bolsonaro, da eminente ditadura, do fim da democracia”.

Porque vai votar em Fernando Haddad nestas eleições?

Primeiramente, porque é o candidato cujas propostas mais se aproximam de minhas convicções políticas e morais. O Fernando é professor Universitário, bacharel em Direito, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Foi ministro da educação com grandes feitos e foi eleito o melhor prefeito da América Latina com sua gestão na cidade de São Paulo. O programa de governo que apresenta beneficia os menos favorecidos, a classe trabalhadora e acredito que seja fator determinante para o desenvolvimento do Brasil.

 

Existe uma ideia em Portugal de que o Partido dos Trabalhadores desperdiçou uma enorme oportunidade para colocar o Brasil num patamar diferente do que está hoje. Essa ideia está correta ou está longe da realidade?

Ficou comprovado que o governo do PT promoveu grandes avanços sociais, tirou o Brasil do mapa da miséria e da pobreza, criou quotas nas universidades, reduziu as taxas de analfabetismo e, comparando o Brasil de 2002 com o de 2016, é nítido o avanço consolidado. Porém, reconheço que o Governo cometeu alguns equívocos e infelizmente os media nacionais deram mais importância aos erros do que aos acertos, contribuindo para o impeachment da presidente Dilma e ao ódio contra o partido, que provavelmente levará Jair Bolsonaro à vitória.

O seu voto em Haddad é por convicção no candidato ou é um voto contra Bolsonaro? Sente que existem muitos apoiantes de Haddad que são sobretudo anti-Bolsonaro?

O meu voto é por convicção, por acreditar no programa de governo e nos seus ideais. Haddad tem um projeto democrático, e o outro candidato nega a democracia. Acredito que os muitos apoiantes do Haddad só o são por medo da eleição do Bolsonaro, da eminente ditadura, do fim da democracia. Na minha opinião, votar no Haddad agora vai além de ideais, virou questão de sobrevivência.

Que políticas defende Haddad que podem ser importantes para o futuro do Brasil?

Haddad tem projetos para recuperar a soberania nacional e popular, com a afirmação de direitos dos trabalhadores, das mulheres, negros, indígenas e LGBTIs de todas as regiões do país. O seu plano de governo pretende uma reforma bancária, com crédito mais acessível e justo, promete investimento forte em saúde e educação, tem compromisso com o desflorestação zero, é a favor da redução do uso de produtos químicos, da reforma agrária, do investimento em estatais.

Sente que uma eventual vitória de Bolsonaro traz riscos ao Brasil? Que riscos são esses?

Sim, o Jair Bolsonaro é autoritário e defende a tortura, a ditadura militar, o fim da democracia, é a favor do armamento da população. O seu discurso revela que os diferentes devem ser eliminados e deixa claro que mulheres, negros, gays e índios valem menos que os demais cidadãos. O seu discurso de ódio tem legitimado diversos atos de violência e morte e acredito que isso será potencializado se Bolsonaro for eleito presidente do Brasil.

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