O VTB África reportou um resultado líquido negativo de 670,3 milhões de kwanzas (cerca de 706 mil euros) em 2024, recuperando, ainda assim, do prejuízo de 2.477,7 milhões de kwanzas registado ano anterior.
O banco de origem russa, que foi excluído do sistema de pagamentos internacional SWIFT, está entre as instituições bancárias fortemente penalizadas pelas sanções internacionais impostas à Federação Russa e ao sistema financeiro após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Recuando a esse mesmo ano, o VTB África registou um prejuízo de 6,5 mil milhões de kwanzas.
Contudo, o balanço relativo a 2024 aponta para um aumento do ativo de 3% para 137,08 mil milhões de kwanzas (cerca de 145 milhões de euros), de acordo com o boletim de resultados referente ao quarto trimestre de 2024, acima dos 132,98 mil milhões de kwanzas acumulados em 2023.
Quanto aos investimentos em títulos de dívida pública, está em causa uma queda de 42% para 5,8 mil milhões de kwanzas, segundo o “Expansão”, e de 53% do crédito a clientes para 4,2 mil milhões de kwanzas.
A operar com um capital social de 7,5 mil milhões de kwanzas, e sem cumprir as exigências regulamentares do banco central, o VTB África poderá ser excluído do sistema financeiro angolano pelo Banco Nacional de Angola (BNA). Desde 2022, não tem conseguido aumentar o seu capital social para garantir o mínimo exigido de 15 mil milhões de kwanzas.
“O VTB ainda não fez [o aumento de capital] porque o que está em análise é se o banco vai continuar a operar no mercado bancário angolano”, disse o governador do banco central, Tiago Dias, citado pelo jornal angolano “Expansão”, assegurando que o BNA continua a acompanhar a situação.
O VTB África é detido em 50,1% pelo Banco VTB Africa S.A. Antonio Carlos Sumbula, antigo presidente da empresa angolana de mineração de diamantes Endiama, é o segundo maior acionista, com 49%.
Com a sua atividade “espartilhada” pelas pesadas medidas ocidentais, e dado que uma parte significativa do negócio do VTB África decorre de operações cambiais, o banco decidiu encerrar a sua filial Banco VTB África em Angola, em dezembro, “numa uma renúncia voluntária e obrigatória da licença”, explicou Andrei Kostin, CEO do VTB.
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