A fundação Worldcoin anunciou esta sexta-feira que os principais componentes tecnológicos (software) da “bola” que faz o scan à íris, para criar um código de identidade único em troca de criptomoedas, estão oficialmente disponíveis na internet em protocolo aberto a todos. Depois dos alertas e denúncias institucionais e da população nas últimas semanas, a Worldcoin optou por criar mais medidas de proteção da privacidade.
É a tecnologia da Orb – nome do aparelho redondo – que permite criar o passaporte digital “World ID” que faz a distinção entre seres humanos e bots na Internet. Em prol da transparência, agora toda a parte mais informática desta máquina se torna pública na plataforma GitHub. Falamos, por exemplo, do código necessário para capturar as imagens e transferi-las para a aplicação móvel.
Essa app passou também a ter um sistema de custódia pessoal (personal custody) que dá ao utilizador – quem registou a íris, teve a sua humanidade confirmada e instalou a aplicação – verdadeiro controlo sobre o fluxo dos seus dados, nomeadamente eliminá-los ou qualquer utilização futura antes de serem eliminados.
“Significa que as informações (imagens, metadados e dados derivados) geradas na Orb e utilizadas para criar o código da íris durante a verificação do World ID são mantidas no dispositivo do utilizador e eliminadas da Orb”, explica a fundação, em comunicado divulgado esta tarde.
Durante o processo de verificação se está ali um ser humano ou um robô de Inteligência Artificial (IA), a Orb faz a scan da íris e envia o código daí resultante para um serviço que confirma a singularidade dessa pessoa apenas alguns segundos.
“O open sourcing dos componentes ajudará a trazer segurança, privacidade e transparência a diversos projetos tecnológicos, especialmente àqueles que executam aprendizagem automática em dispositivos periféricos”, começa por explicar o diretor regional europeu da Tools for Humanity, empresa que trabalha com a fundação internacional.
Ricardo Macieira diz ainda que a equipa espera que “a comunidade tecnológica, com o objetivo de ajudar a tornar mais seguro um mundo alimentado pela IA, continue a melhorar os componentes de protocolo aberto atuais para que se possa maximizar a sua utilidade para outros projetos”.
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