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“Xi Jinping é a única pessoa no mundo com influência sobre Putin”

O economista norte-americano Stephen Samuel Roach defende que “a melhor coisa” que a China poderia fazer agora, mais de uma semana depois do início do conflito no leste da Europa, seria intermediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, porque é o único país em quem Moscovo confia.
7 Março 2022, 22h00

“Há apenas uma pessoa no mundo, na minha opinião, que tem influência sobre Vladimir Putin – e essa pessoa é Xi Jinping. O que quero dizer é que a China está realmente a segurar o trunfo aqui e acho que cabe a Xi aproveitar este momento”, disse o especialista esta segunda-feira, em entrevista à “CNBC”, no programa de notícias “Squawk Box Asia”.

O economista alertou ainda, em declarações à estação norte-americana, que os efeitos de qualquer default na dívida soberana da Rússia em resultado da crise na Ucrânia iriam refletir-se nos mercados emergentes, incluindo na segunda maior economia do mundo, a China.

“Se a Rússia tiver default na sua dívida haverá amplos efeitos colaterais para a dívida soberana nos mercados emergentes de todo o mundo e a China não ficará ilesa dessa situação. Mas estou falando efetivamente de riscos mais amplos: culpa por associação”, explicou Stephen Samuel Roach.

O académico sénior da Universidade de Yale acrescentou à “CNBC” que “a China não se pode dar ao luxo de permanecer em estreito alinhamento com a Rússia, pois monta esta campanha verdadeiramente terrível contra a inocente Ucrânia neste momento”.

Já esta manhã a diplomacia da União Europeia (UE) exortou a China a pressionar a Rússia a parar com o “ataque sem precedentes contra a integridade territorial e a soberania” da Ucrânia, dada a relação próxima entre Pequim e Moscovo. “O que estamos a dizer à China, especialmente no contexto da atual situação da guerra de Putin contra a Ucrânia, é que a chave é pressionar a Rússia a parar esta agressão, este ataque sem precedentes contra a integridade territorial e a soberania de um país”, declarou o porta-voz principal da UE para os assuntos externos, Peter Stano.

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