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BBVA exclui membros do conselho de administração do Sabadell na nova proposta

Por outro lado, “teremos de ver se os reguladores aceitam esta operação”, para já não falar que o BBVA também tem de chegar a uma aceitação de 50,01% por parte dos acionistas. Portanto, o negócio ainda não está garantido, sublinha a XTB.
9 Maio 2024, 13h42

Os analistas da corretora XTB fez uma análise aos mais recentes desenvolvimentos da OPA do BBVA ao Sabadell.

“O BBVA está a fazer tudo o que pode para conquistar o Banco Sabadell e lança uma oferta pública de aquisição hostil praticamente nos mesmos termos em que apresentou a proposta inicial há poucos dias”, refere a corretora que destaca, no entanto, que há uma exceção importante, que o facto dos três lugares no conselho de administração oferecidos pelo BBVA já não fazerem parte da oferta, o que significa que não haverá membros do conselho de administração do Sabadell na nova entidade.

Os principais pontos da oferta pública de aquisição são a troca de uma ação do BBVA por cada 4,83 ações do Sabadell. O que avalia as ações do Sabadell em cerca de 2,24 euros aos preços de fecho de ontem.

A OPA tem um prémio de 30% em relação aos preços de fecho de 29 de abril e prémio de 50% em relação à média ponderada dos últimos três meses.

A oferta está condicionada à obtenção de mais de 50,01% do capital social do Banco Sabadell.

O BBVA explicou também, mais pormenorizadamente, o significado desta fusão entre dois bancos que, segundo a entidade basca, têm uma grande complementaridade.

A XTB diz que “concretamente, significaria ter uma quota de mercado de empréstimos em Espanha de cerca de 22%, o que o deixaria em segundo lugar, apenas atrás do CaixaBank, com 25%”.

Além disso, estimam que o lucro por ação melhoraria 3,5%, devido à poupança de custos e à eficiência. Isto equivaleria a cerca de 850 milhões de euros antes de impostos.

A equipa de análise da XTB “considera que este movimento não era esperado pelo mercado e que indica que a administração do BBVA está convencida das sinergias que podem ser geradas”.

“A verdade é que o impacto estimado do BBVA na deterioração do seu rácio de capital CET1 é muito pequeno, enquanto abre a porta a uma grande entidade em termos de quota de mercado”, acrescentam os analistas.

“A complementaridade entre os dois bancos é boa, com o BBVA forte a nível internacional, especialmente no México, e o Sabadell numa posição muito boa em Espanha. Além disso, tal não afetaria a política de remuneração do banco basco”, avança ainda a corretora.

“Do nosso ponto de vista, os problemas residem numa maior concentração do mercado e no risco regulamentar da operação. Por um lado, recordemos que o sector bancário já se encontra fortemente oligopolizado, com uma quota de mercado de empréstimos de cerca de 56% entre os três maiores bancos”, referem os analistas.

Os jornais espanhóis estão a dar conta da opinião negativa do Ministério da Economia.

“Se esta operação for realizada, a quota de mercado entre os três maiores bancos atingiria já 64%, o que poderia implicar uma deterioração das condições oferecidas aos clientes e uma redução significativa da concorrência”, realça a XTB.

“Recordemos que a remuneração dos depósitos em Espanha continua a ser das mais baixas da Europa, o que já nos dá pistas sobre a dinâmica do sector e a posição de poder”, acrescentam os analistas da XTB.

Por outro lado, “teremos de ver se os reguladores aceitam esta operação”, para já não falar que o BBVA também tem de chegar a uma aceitação de 50,01% por parte dos acionistas. Portanto, o negócio ainda não está garantido, sublinha a XTB.

As ações do BBVA reagiram em baixa (+5,91% para 9,68 euros) após a notícia, enquanto as ações do Sabadell estão a valorizar fortemente (+3,20% para 1,86 euros).

A segunda recusa do board do Sabadell, após a de 2020, não foi suficiente para que o banco basco desistisse, e a sua intenção é integrar os dois bancos.

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