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BNI Europa pretende dar 300 milhões de euros de crédito online em três anos

O banco que se tem distinguido por créditos inovadores como por exemplo um crédito com hipoteca inversa para pessoas com mais de 65 anos, lança agora um crédito totalmente online de aprovação quase imediata, que abrange valores entre 300 euros a 3.000 euros. O rácio de crédito em risco em 2016 representava 0,84% do total.
9 Julho 2017, 15h02

O Banco BNI Europa, detido em quase 98% pelo BNI Angola – banco foi fundado em 2006 por um conjunto de investidores que incluíam dois filhos do Presidente José Eduardo dos Santos — Tchizé dos Santos e José Eduardo Paulino dos Santos – acaba de lançar uma nova Plataforma Eletrónica focada no crédito ao consumo, que pretende trazer para Portugal o conceito de concessão de crédito online, “simples e desmaterializado, já oferecido noutros mercados por nomes de referência, como a Lending Club nos EUA ou a Zopa no Reino Unido”, disse ao Jornal Económico em entrevista o responsável pelo crédito “Puzzle”.

Este é mais um passo na direção que o banco quer seguir, de implementar uma estratégia digital para impulsionar os investimentos do banco através de plataformas de fintech.

Sob a marca “Puzzle”, o banco que se tem distinguido por créditos inovadores como por exemplo um crédito “inverso” para pessoas com mais de 65 anos, denominado “Cereja”, lança agora um crédito totalmente online de aprovação quase imediata, que abrange valores entre 300 euros a 3.000 euros. É aquilo a que chama “processo de aprovação de crédito digital e em tempo real para o mercado português”. De acordo com o BNI Europa, o processo de candidatura leva alguns minutos, com o dinheiro a entrar na conta bancária no prazo de 24 horas após a aprovação.
A Plataforma “Puzzle” que oferece o primeiro processo de concessão de crédito totalmente online em Portugal tem como limite de crédito três mil euros, com diferentes prazos de pagamento, e “pretende ser uma resposta rápida a pequenas necessidades de crédito, que podem ser satisfeitas de forma desburocratizada, simples e rápida”.

Para o processo de decisão de crédito, a Plataforma “Puzzle usa um mecanismo de registo de algoritmos que “permitem uma melhor identificação da capacidade de pagamento do cliente e, portanto, cobre alguns segmentos de mercado, como profissionais independentes ou freelancers que até agora não eram cobertos pelas ofertas de crédito do setor financeiro, por ausência de salário mensal.

No prazo de três anos o banco liderado por Pedro Pinto Coelho (ex- presidente da Comissão Executiva do Standard Bank Angola) pretende conceder crédito “Puzzle” num volume total de 300 milhões de euros em três anos no mercado português.

Gonçalo Graça Santos, responsável pelo Crédito “Puzzle” respondeu por escrito a algumas questões do Jornal Económico.

O BNI Europa acaba de lançar uma plataforma de crédito ao consumo online. De que forma será feita a validação dos documentos dos clientes? Que documentos são exigidos? Qual o tempo de resposta do crédito e de que forma garantem o controlo do risco?
A validação dos documentos dos clientes é feita de forma automática usando de aplicações informáticas desenvolvidas para o efeito. A identificação dos clientes é feita através do cartão de cidadão mas poderão ser exigidos documentos adicionais (ex. extracto bancário).
Caso o processo de crédito seja totalmente automático (não requeira validações manuais, por exemplo devidas a má qualidade na recolha de foto dos documentos) a resposta ao crédito é dada em poucos minutos e o cliente terá o dinheiro na sua conta no próprio dia ou no dia seguinte (dependendo da hora a que está a realizar pedido de crédito).
No que toca ao controlo do risco, a “Puzzle” inova também no seu processo de decisão de crédito, que incorpora algoritmos de “machine learning”, que permitem uma melhor identificação da capacidade de pagamento dos seus clientes.

O BNI Europa está em Portugal desde 2014, como banco online exclusivamente. Como tem evoluído a actividade em Portugal?
A actividade do banco tem evoluído de forma muito positiva tendo em 2016 sido um dos bancos que mais cresceu em Portugal mantendo o seu bom crescimento em 2017. Em breve daremos mais detalhes aquando do fecho de contas do primeiro semestre.

Que segmento da população querem atingir?
Especificamente no que toca à nova plataforma de crédito ao consumo online, embora esteja direcionada à população em geral, terá um foco especial em segmentos da população até agora pouco atendidos pela atual oferta do sector financeiro, nomeadamente profissionais liberais e independentes.

O crédito só online tem vantagens em termos de comissões e juros?
O crédito online tem grandes vantagens em termos de rapidez, de facilidade de pedido de crédito, e de simplicidade de utilização. Adicionalmente trata-se de um crédito totalmente transparente não havendo lugar à cobrança de quaisquer comissões ao cliente, tanto a nível da contratação do crédito como a nível da amortização do mesmo.

O banco tem um produto que se chama “crédito inverso”, um crédito hipotecário de longo prazo em que o cliente recebe em vez de pagar. Parece um conceito interessante. Quer descrever de que se trata esse crédito?
Desde que o produto [de hipoteca inversa] foi lançado em Fevereiro de 2017 e tem tido muita procura. 

Qual o rácio de capital do BNI Europa? (CET1)
Remeto para a publicação dos resultados do primeiro semestre do banco que divulgaremos em breve.

Os últimos dados financeiros do banco? Resultados, Produto bancário (margem financeira e comissões), depósitos, crédito, rácio de crédito em risco, etc
Remeto para a publicação dos resultados do primeiro semestre do banco que divulgaremos em breve.

Acionistas do BNI Europa?
O acionista do Banco BNI Europa é o Banco BNI (Angola) [com 97,9%].

O Banco de Portugal publicou esta semana um Aviso onde passa a permitir a abertura de conta totalmente online por videoconferência. O BNI Europa está a pensar lançar esse serviço?
O Banco BNI Europa tem neste momento um projecto em curso para lançamento da abertura de conta online suportada na videoconferência, e planeia ter este serviço disponível para os seus clientes em breve.
BNI Europa o banco online que concede crédito “inverso” à terceira idade

O prazo inicial do empréstimo pode ir até 15 anos, com possibilidade de renovações sucessivas por períodos de três anos, mas a taxa de juro é muito alta, se tivermos em conta que o crédito hipoteca o imóvel do cliente. A linha de crédito está ancorada numa taxa anual nominal (TAN) entre 6% e 8%. Trata-se de uma taxa fixa, ou seja, não sofre alterações durante o prazo do empréstimo. A taxa anual efectiva (TAE), que já inclui os encargos do empréstimo, ficará acima dos 7%, podendo atingir valores bem mais elevados.

O banco BNI espera conceder, no prazo de um ano, 10 milhões de euros em “crédito inverso”, um produto destinado a idosos que podem hipotecar a sua casa e em troca receber dinheiro. A ideia do banco é permitir que os mais velhos possam obter liquidez a partir do seu património imobiliário. “Permitimos que haja possibilidade de um casal de idosos ter condições para viver melhor indo buscar capital ao ativo que detêm e permitindo que possam viver na sua casa até ao falecimento do último [cônjuge] ou aquando mudarem para um lar”, explicou o presidente do BNI Europa, Pedro Pinto Coelho, em Fevereiro à Lusa.

No caso uma pessoa ou um casal acima de 65 anos queira este produto, o banco fará a avaliação em função do imóvel que detêm (nomeadamente a localização), da esperança média de vida das pessoas em causa e assim determinará o valor a emprestar. Esse dinheiro pode ser concedido de uma vez ou em prestações anuais e tem de ser devolvido ao banco (o capital e os juros) quando as pessoas em causa deixarem de viver na casa, sem data-limite de devolução de capital. Caso as pessoas saiam da casa apenas em caso de morte, os herdeiros podem pagar a dívida se quiserem ficar com o imóvel ou têm um período para o vender e pagar a dívida ao banco. Caso contrário, será o banco a ficar com o imóvel para saldar a dívida, como acontece em qualquer crédito hipotecário.

BNI Europa fez em maio parceria com MarketInvoice

O Banco de Negócios Internacional Europa (BNI) irá conceder cerca de 45 milhões de euros anuais às PME do Reino Unido através da MarketInvoice.

A parceria estratégica assinada estabelece que, ao longo de 12 meses, o Banco BNI Europa irá conceder cerca de 45 milhões de euros à MarketInvoice – uma fintech (intermediário financeiro) que assegura um fundo de capital às pequenas e médias empresas do Reino Unido.

E o que faz a MarketInvoice? Ajuda as empresas em alturas de aperto financeiro quando, por exemplo, um cliente falha um pagamento e a empresa fica sem dinheiro para cumprir as suas obrigações legais e contratuais. Para evitar que estas situaçõe coloquem em causa a viabilidade da empresa, recorre-se a um fundo de maneio. A MarketInvoice assegura esse fundo de capital às empresas, e garante o equilíbrio financeiro e a viabilidade a curto e médio prazo dos seus clientes.

BNI apresenta resultados do semestre em breve

Tal como disse Gonçalo Graça Santos, o BNI Europa vai apresentar resultados em breve, altura em que divulgará os rácios de crédito em incumprimento e o rácio de capital core.

Os últimos dados públicos são anuais de 2016. O BNI Europa afirma que, apesar da evolução e de ser o banco que mais cresce em Portugal, o resultado líquido permaneceu negativo em 1.989 milhões de euros, em consequência do forte investimento em tecnologias feito no decurso do ano passado. O rácio de solvabilidade do banco mantém-se, no entanto, confortavelmente acima dos limites regulamentares, ou seja, em 15,9% o Common Equity Tier 1 (phasing in), sendo de 14,7% na versão fully loaded (novas regras CRDIV/CRR totalmente implementadas). Os ativos ponderados pelo risco somavam, em 2016, 130,8 milhões de euros.

O rácio de custo sobre proveitos (cost to income) tem vindo a melhorar desde 2014 mas continua alto nos 195%

De acordo com informação divulgada pela instituição financeira com sede em Lisboa, controlado pela casa mãe, o angolano Banco de Negócios Internacional (BNI), o ano de 2016 “foi caracterizado pelo crescimento significativo da atividade do BNI Europa”, que se traduziu “no crescimento dos ativos em 263%”, que ascenderam a 362 milhões de euros.

Em contrapartida, o banco refere que a sua estratégia de negócio assenta nas “plataformas digitais”, admitindo que funcionam em Portugal com um “reduzido número de colaboradores”, que não ultrapassa os 52 em 2016.

“Em face do crescimento verificado, resultado da orientação da atividade para o mercado Europeu e para nichos do mercado em Portugal, apostando na inovação e diferenciação, o banco BNI Europa terá sido, provavelmente, o banco com maior taxa de crescimento em Portugal no ano de 2016”, refere uma nota do BNI, sobre os resultados do último ano.

O braço português do BNI, criado em 2014, consolidou a atividade com os depósitos a prazo e prevê lançar em 2017 a conta à ordem para empresas e outros produtos de crédito ao consumo, ocupando ainda “segmentos que não estão a ser atendidos pelos demais operadores financeiros do mercado”.

Ao nível do balanço os depósitos cresceram 5.192% (de 4,9 milhões para 262,2 milhões de euros). Em Janeiro deste ano, por exemplo, o BNI Europa lançou a primeira conta à ordem remunerada, sem comissões de manutenção.

O crédito concedido em 2016 somava 48,1 milhões de euros (o que compara com 1,7 milhões em 2015). A carteira de crédito líquida somava em 2016 cerca de 7,3 milhões de euros (patrimonial e extra-patrimonial). O crédito em risco somava 43,2 mil euros, ou seja 0,84% do crédito patrimonial, diz o banco. O relatório e contas diz que parte considerável desta carteira de crédito é constituído por crédito titulado, nomeadamente faturas que são adquiridas a desconto (71%)

O banco constituiu imparidades para crédito de 4 milhões em 2016 e para outros activos de 127 milhões. O custo do risco do crédito é de 1 ponto base. O custo do risco de crédito é oor definição medido através de diferentes focos: variação da mora de gestão (duvidosos finais – duvidosos iniciais + vencidos – recuperação de vencidos), dotações líquidas para insolvências (dotações específicas – recuperação de vencidos); e vencidos líquido
(vencidos – recuperação de vencidos).

O BNI Europa viu ainda o produto bancário crescer 318% em 2016, para 2,7 milhões de euros, graças aos resultados de operações financeiras de 2,2 milhões.

Para este ano o banco liderado por Pedro Pinto Coelho traça no relatório e contas metas ambiciosas. A estratégia passa pela continuação das parcerias com plataformas de crédito e de depósitos em diferentes jurisdições, com vista a aumentar a diversidade, reduzir o risco do balanço e aumentar a rentabilidade, através do aumento de receita e redução do custo do funding. Para isto o banco prevê a melhoria dos sistemas de informação e de suporte.

 

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