Antes de tomar uma posição pública sobre o assunto, Pedro Passos Coelho falou com Paulo Núncio sendo que o antigo secretário de Estado garantiu ao líder do PSD que “não sabia de nada”, noticia hoje o Expresso Diário.
De acordo com a versão diária do Expresso, este foi o motivo para as declarações cautelosas do ex-primeiro-ministro, onde Passos “nunca fez qualquer defesa incondicional nem de Núncio, nem de Albuquerque” afirmando apenas que “queria ver tudo cabalmente esclarecido”.
Na semana passada, o jornal Público noticiou que nesses quatro anos quase 10.000 milhões de euros foram transferidos para contas sediadas em paraísos fiscais sem qualquer controlo da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), embora tenham sido comunicados ao Fisco pelos bancos, como a lei obriga.
Entre 2011 e 2015, enquanto Paulo Núncio era secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, não foram publicadas as estatísticas da AT com os valores das transferências para ‘offshore’, uma publicação que tinha sido tornada obrigatória em 2010 pelo então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques (último Governo de José Sócrates).
Em declarações ao Diário de Notícias, Paulo Núncio começou por responsabilizar a AT pela não divulgação pública das estatísticas, afirmando que “essa divulgação não estava dependente de uma aprovação expressa ‘a posteriori’ do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais”.
No entanto, Paulo Núncio acabou por ser desmentido, no mesmo dia, pelo antigo diretor-geral do fisco Azevedo Pereira, que garantiu ter solicitado autorização, por duas vezes, ao ex-secretário de Estado para publicar dados relativos às transferências para ‘offshore’, mas “em nenhum dos casos” esta lhe foi concedida.
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