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Neurociências. Investigadores otimistas com “primeiros resultados promissores de ensaios clínicos”

“A questão das neurociências e Alzheimer é muito vasta e complexa. Há algumas coisas que a deixam animadas, como os primeiros resultados promissores de ensaios clínicos. Não há tratamento para além de algum alívio sintomático numa fase inicial da doença”, explica Cláudia Almeida, Investigadora Principal, Nova Medical School, durante a conferência “O Futuro das Neurociências”, que decorre no Centro Cultural de Belém. 
9 Maio 2023, 11h57

A investigação no âmbito da doença neurodegenerativa de Alzheimer tem entre os principais desafios o desenvolvimento de tratamentos seguros e que funcionem para a maior parte dos doentes, dado que uma grande parte desenvolve efeitos secundários graves, explica Cláudia Almeida, Investigadora Principal, Nova Medical School, durante a conferência “O Futuro das Neurociências”, que decorre no Centro Cultural de Belém.

Estima-se que existam 200 mil pessoas em Portugal com Alzheimer, que ao longo de duas décadas tem mobilizado investigadores da área das neurociências, sobretudo na área dos Biomarcadores, que têm um papel de grande relevância nos avanços do diagnóstico desta e de outras doenças progressivas e degenerativas.

“A maior parte dos investigadores está a tentar perceber como identificar os doentes numa fase inicial; o que causa a doença de Alzheimer, identificando biomarcadores, fazendo uma avaliação psicológica, detectando sinais de sangue, que é relativamente fácil”, explica.

Os primeiros resultados de ensaios clínicos são reveladores do progresso na área. “A questão das neurociências e Alzheimer é muito vasta e complexa. Há algumas coisas que a deixam animadas, como os primeiros resultados promissores de ensaios clínicos. Não há tratamento para além de algum alívio sintomático numa fase inicial da doença”, salientando “todo o trabalho que foi feito em termos da compreensão dos mecanismos, especialmente sobre as formas mais raras, que são as mais simples, porque são causadas por mutações, que podemos introduzir em modelos experimentais que causam a doença”.

“Com base nesse conhecimento conseguiu-se desenhar estratégias terapêuticas, muito na base da imunoterapia, utilizando a anticorpos que reconhecem as formas de amiloide que são mais tóxicas e que causam a doença”, continua.

“Ao fim de 20 anos de tentativa e erro os primeiros resultados apareceram; só funcionam nalguns doentes, que atrasam um bocadinho o progresso degenerativo dos doentes. Não é fácil também a inclusão dos doentes neste ensaio clínico, porque é necessário fazer vários estudos de imagiologia e de biomarcadores e nesse sentido esse é o desafio. Hoje em dia é tentar perceber em que doentes vai funcionar e como vai ser feita a translação disto para a prática clínica”, refere a investigadora portuguesa.

O JE e a Biogen Portugal promovem esta terça-feira, 9 de maio, em Lisboa, a conferência “O Futuro das Neurociências”, uma iniciativa que tem lugar no Centro Cultural de Belém e que visa debater os desafios e oportunidades associados à saúde do cérebro em Portugal.

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