O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) revelou esta segunda-feira que a greve acordada para os dias 21, 22, 23, 24 e 25 de julho nas bases do Porto, Lisboa e Faro já levou ao cancelamento de 350 voos, uma situação que “poderia ser evitada se houvesse vontade da empresa para que tal não acontecesse”.
Em nota de imprensa, os tripulantes reagiram, ainda, à acusação de que foi alvo por parte da easyJet sobre colocar em cima da mesa “exigências impraticáveis”, não tendo “sentido de realidade”.
Em nota enviada à comunicação social, o SNPVAC acusa a empresa de ter “memória curta” e sublinha que, “ao contrário de outros países onde a easyJet tem a operação, os Tripulantes das bases portuguesas votaram de forma unânime um congelamento salarial em outubro de 2020, ajudando a empresa na sua fase mais difícil”.
“Ajudámos orgulhosamente, e com sentido de responsabilidade, a companhia e vimos o seu reerguer no período pós-pandemia”, afirmam os tripulantes.
Assim, comparando a situação laboral dos tripulantes sediados em Portugal com aqueles que trabalham noutros países, o sindicato desafia a easyJet, recorrendo às mesmas expressões usadas pela companhia britânica, “que mostre o “sentido de realidade” e “sentido de responsabilidade” que mostrou noutras jurisdições, como em França e na Alemanha, onde a empresa proporcionou aumentos aos trabalhadores, mesmo sem o crescimento da operação que demonstrou em Portugal”.
Os tripulantes deixam claro, ainda, que “nunca estariam a pedir aumentos se a empresa estivesse a atravessar um período de dificuldades” e, que “o “sentido de realidade” preconizado pela easyJet deveria ter em conta o bom momento da empresa que “espera superar as expectativas do mercado e alcançar lucros de 294 milhões de euros até ao final de setembro”, de acordo com estimativas da empresa.
O SNPVAC entende, também, que a empresa deve ter em consideração o crescimento da operação em Portugal, dado que a sua frota passou de 9 para 19 aviões.
“Cabe agora à empresa demonstrar que o business model que quer implementar em Portugal é condizente com a afirmação, sempre apregoada, de ser o segundo melhor empregador no sector da aviação. Mas, a) a empresa não acompanha de perto as condições de trabalho das outros companhias do sector, tanto a nível salarial como horas permitidas de voo, b) não tendo prevista a contabilização de horas extra, c) na estabilidade de escalas, onde qualquer companhia não pode fazer alterações a menos de 48 horas”, acusa o sindicato.
Na semana passada, os tripulantes de voo da easyJet avançaram com um pré-aviso de greve para os dias 21, 22, 23, 24 e 25 de julho.
“Lamentamos profundamente que a empresa continue a considerar que um FA português deva receber no fim dos três anos de aumentos menos 90% de salário base que um colega francês. Estas contas são assombrosas”, acusam os associados do sindicato na nota publicada nessa altura.
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