O presidente do Banco Central Europeu (BCE) admitiu, esta quinta-feira, que a economia da zona euro está a ter um desempenho abaixo do antecipado e que os riscos do Brexit, Itália e da guerra comercial estão a pesar sobre a região. Ainda assim, Mario Draghi garantiu que expansão é abrangente e suporta a confiança na subida da inflação.
“A informação recebida, apesar de algo mais fraca que o esperado, mantém-se de forma geral consistente com a expansão abrangente em curso da economia da zona euro e subida gradual das pressões de inflação”, disse Draghi, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE, desta quinta-feira.
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresceu 0,4% em termos trimestrais, tanto no primeiro como no segundo trimestre de 2018. A inflação acelerou 0,9% em setembro, o que compara com a meta do banco central de uma inflação próxima, mas abaixo de 2%.
Apesar de manter a posição que a robustez da economia continua a apoiar a confiança da convergência da inflação, Draghi sublinhou que “as incertezas relacionadas com protecionismo, vulnerabilidades nos mercados emergentes e volatilidade nos mercados financeiros continua proeminente”. Acrescentou que um um nível significativo de estímulos monetários continuam a ser necessários na zona euro.
Esta foi a primeira reunião do BCE após o corte nos estímulos que deverá representar a última fase do programa. Tal como tinha anunciado em junho, o BCE mantém o plano de continuar a compra de ativos ao ritmo atual de 15 mil milhões de euros por mês, o que representa uma diminuição para metade do volume que adquiriu até ao final de setembro (30 mil milhões de euros).
Após o final de dezembro, a instituição deverá termina as compras líquidas, mas iniciar o programa de reinvestimentos dos títulos que atingem as maturidades.
A reunião aconteceu também na mesma semana em que Itália e a Comissão Europeia entraram em conflito devido à proposta de Orçamento do Estado para 2019. Roma propôs uma meta de défice de 2,4% para 2019 e Bruxelas tomou a decisão inédita de chumbar a proposta. Foi pedido um novo documento retificado, o que levou a uma subida nos juros não só da dívida pública de Itália, mas de vários países da zona euro.
O presidente do BCE reafirmou que, face ao aumento do risco no mercado de dívida relacionado com Itália, a instituição irá manter-se como grande comprador de dívida devido aos reinvestimentos, cujos pormenores não são ainda conhecidos.
[Notícia atualizada às 14h05]
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