O interesse da China Three Gorges (CTG) em comprar a EDP esfriou, com a estatal chinesa a ter lidar com obstáculos inesperados para criar um grupo global de energia, segundo a agência Bloomberg.
“Uma mudança repentina na liderança da CTG, persistentes preocupações regulatórias e políticas e pressão para financiar a investida de 9.100 mil milhões de euros levaram a empresa a reavaliar os méritos e os obstáculos do negócio”, referiu a agência, citando fontes com conhecimento do processo.
A CTG continua a trabalhar na oferta, lançada em maio para comprar a totalidade do capital da energética portuguesa na qual já detém 23%, mas o calendário para as aprovações regulatórias na Europa e nos EUA passou do final deste ano para o início do próximo, revelam as fontes. Uma decisão final sobre prosseguir a investida, aumentar ou abandonar a oferta não será tomada até haver maior visibilidade sobre as exigências dos reguladores.
A empresa chinesa afirmou à Bloomberg que continua a trabalhar com consultores para discutir com os reguladores nos vários países e que o calendário de aprovações está em linha com transações comparáveis. No entanto, a agência salienta que a CTG está a tentar executar a transação num contexto de crescente atenção política e regulatória sobre ofertas de empresas chineses para comprar ativos na Europa e nos EUA e num cenário de guerra comercial.
“Preocupações adicionais sobre interesses soberanos e a segurança de ativos relacionados com energia e tecnologia já travaram ou impediram alguns investimentos chineses, incluindo a decisão alemã, em agosto, de bloquear uma oferta deste tipo pela primeira vez”, explicaram as fontes.
As ações da EDP reagem negativamente à notícia e caem 1,60% para 3,066 euros, numa sessão em que o índice PSI 2o perde 0,15%. A contrapartida oferecida pela CTG na OPA é de 3,26 euros por ação.
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