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Moody’s: Maior incerteza e desaceleração do crescimento são os riscos para as dívidas soberanas em 2019

Apesar dos riscos que poderiam afetar as condições de crédito nos próximos 12 a 18 meses, três quartos dos 138 soberanos com rating atribuído pela Moody’s possuem uma perspetiva estável e 15 deles possuem uma perspetiva positiva.
6 Novembro 2018, 12h32

A desaceleração da economia global e a maior incerteza em relação à estabilidade financeira e económica são os principais riscos para as dívidas soberanas no próximo ano, segundo a Moody’s. A agência de notação financeira considera, no entanto, que a perspetiva para a qualidade de crédito soberano em 2019 é estável, considerando o impulso de crescimento contínuo.

Apesar dos riscos que poderiam afetar as condições de crédito nos próximos 12 a 18 meses, três quartos dos 138 soberanos com rating atribuído pela Moody’s possuem uma perspetiva estável e 15 deles possuem uma perspetiva positiva, refere o relatório Sovereigns – Global, 2019 outlook still stable, but slowing growth signals increasingly diverging prospects, publicado esta terça-feira. Dezenove soberanos têm perspetiva negativa, face a 22 há um ano.

“A nossa perspetiva estável para os ratings soberanos em 2019 considera os benefícios do crescimento global contínuo em face aos maiores riscos geopolíticos e domésticos”, afirmou Alastair Wilson, managing director da Moody’s para o Risco Soberano Global. “Apesar da perspetiva estável geral, estamos mais atentos do que nos anos anteriores à possibilidade de choques não previstos que afetem a estabilidade financeira e económica nos próximos 12-18 meses”.

As estimativas da Moody’s apontam para um crescimento global de 3,3% em 2018 antes de começar a desacelerar para 2,9% em 2019. No caso das economias avançadas do G-20, a agência antecipa que o crescimento caia para 1,9% em 2019 após 2,3% em 2018, pressionadas por economias como a dos EUA ou a da Alemanha.

Já no caso dos mercados emergentes do G-20, o cenário é mais variado: o crescimento em 2019 deverá ficar também abaixo do de 2018, aproximadamente 4,6% contra 5% em 2018.

“A desaceleração do crescimento significa que a janela de oportunidade para enfrentar os desafios de crédito de longa data – incluindo os altos níveis de dívida pública e privada, bem como as tendências de prazo mais longo relacionadas ao envelhecimento e à desigualdade – está se fechando para os soberanos globais”, refere o relatório da Moody’s.

A agência norte-americana acrescenta que a dívida elevada, o crescimento em queda e as taxas de juros crescentes expõem os soberanos ao risco de choques que enfraquecem a comportabilidade e sustentabilidade da dívida. Um número de mercados emergentes e de fronteira está particularmente exposto ao aperto das condições financeiras globais e ao aumento do protecionismo comercial dos EUA.

A possibilidade de eventos domésticos ou geopolíticos disruptivos representa o maior risco de cauda. Riscos geopolíticos podem ter implicações além de fundamentos económicos e orçamentais de um país específico e afetar fluxos de capital transfronteiriços e, portanto, as condições de financiamento para muitos soberanos.

Fonte: Moody’s

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