A Caixa Geral de Depósitos registou um lucro de 394,5 milhões de euros no primeiro trimestre a subir 38,4% face ao período homólogo.
A rentabilidade (ROE) subiu de 22,5% para 26,0% num ano.
Paulo Macedo, CEO da CGD, disse que iria distribuir ao Estado 770 milhões de euros, em dividendos a pagar no segundo trimestre (525 milhões de euros) – que já está abatido aos fundos próprios – em impostos, custos regulatórios e rendas do edifício sede. O CEO do banco explicou que as rendas nos três meses somam três milhões de euros, e os impostos totalizam 242 milhões de euros.
A CGD quer também devolver os 300 milhões de euros que faltam da recapitalização que somou 3.944 milhões em 2017. “O capital gerado desde 2017 supera 1,33 vezes o investimento público do Plano de Recapitalização”, referiu o banco.
Desde a recapitalização de 2017 a Caixa gerou 5.231 milhões de euros de capital, “superando em 1,33 vezes os 3.944 milhões de euros de investimento público do Plano de Recapitalização”, sublinha o banco.
“A recapitalização pública em dinheiro já foi reembolsada em cerca de 90% após pagamento do dividendo”, acrescenta a CFO do banco, Paula Geada.
Em termo de capital o CET 1 (fully implemented) subiu de 20,3% para 20,5%.
Na apresentação das contas, o CEO destacou que “a Caixa continua a liderar em volume de negócios na banca nacional. Com os capitais próprios pela primeira vez a ficarem acima de 10 mil milhões através da geração de capital orgânico”.
A margem financeira subiu 17,2% para 716 milhões de euros devido essencialmente ao contributo da atividade em Portugal (591 milhões de euros). “Na atividade doméstica, o impacto da subida das taxas de juro nas operações ativas e passivas dos segmentos de clientes particulares e de empresas e outros clientes da Caixa contribuiu com 30,5 milhões de euros para o aumento da margem financeira consolidada. O contributo das atividades de tesouraria, gestão da carteira de títulos e das restantes entidades domésticas para esta evolução totalizou 83,3 milhões de euros”, refere o banco.
As comissões caíram -4,8% para 141,9 milhões. As comissões também desceram 7% em Portugal, o que Paulo Macedo disse ser o reflexo do não agravamento do preçário e da aplicação de isenções.
Em 2024, à semelhança de 2023, a Caixa não agravou o preçário de comissões e isentou a sua aplicação em várias operações em Portugal.
O produto bancário ainda assim subiu 6,8% para 905,6 milhões de euros.
Os custos subiram 2,3% para 229 milhões de euros, devido ao contexto inflacionista, mas o cost-to-income fixou-se nos 32,6%, o que em termos recorrentes significa manter-se nos 25%.
A atividade doméstica contribuiu com 344 milhões de euros para o resultado consolidado, e a atividade internacional com 51 milhões de euros.
O banco destacou ainda que em março foi selecionado o comprador da participação acionista da Caixa no Banco Comercial do Atlântico. A concretização da venda está agora sujeita à tramitação do processo de autorização pelas autoridades locais.
No balanço a CGD revela que o crédito subiu 0,8% para 50.918 milhões de euros no trimestre. Mas comparando com o mesmo período do ano anterior, o crédito praticamente manteve-se ao subir 0,6%.
O crédito à habitação caiu 0,3% para 24.501 milhões face a dezembro e 0,8% face a março do ano passado. Mas Paulo Macedo explicou que houve menos transferências de crédito à habitação. “A produção do crédito à habitação regista aumento face ao período homólogo, e a Caixa lidera com uma quota de 25,7%”, sublinhou.
A carteira de crédito a empresas e setor público regista uma quota de mercado de 16,9%, com destaque para a subida de 0,2 p.p. da quota do segmento de microempresas desde o final de 2023.
Os depósitos subiram 2% face ao mesmo período do ano anterior, para 70.515 milhões de euros.
O banco avança também que os ativos não core reduzem-se em 37 milhões no trimestre, com a venda de imóveis e a redução da exposição a fundos de reestruturação.
“A Caixa mantém o apoio proativo às famílias, no 1º trimestre, através da redução de spread de 1.143 operações de crédito à habitação e passagem para taxa fixa de 6.070 contratos no valor de 662 milhões, após ter renegociado cerca de 38.400 créditos à habitação em 2023”, revelou a instituição.
“Adicionalmente, procedeu–se à implementação da fixação de prestação por 2 anos ao abrigo do Decreto–Lei nº 91/2023, abrangendo 886 operações num montante de 97,5 milhões de euros”, diz o banco.
O rácio NPL consolidado fixou-se em 1,6%, o valor mais baixo da banca nacional e inferior à média europeia.
O banco revela ainda que o custo de risco de crédito negativo (-29 p.b.) reflete evolução favorável da qualidade do crédito e melhoria dos cenários macroeconómicos.
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