A Goldman Sachs baixou a projeção para o preço do barril de petróleo este ano e em 2025, citando uma oferta mais eficiente do que o esperado e uma procura global menos forte. O ‘ouro negro’ deve agora negociar entre 70 e 85 dólares (62,7 e 76,1 euros) por barril este ano e registar uma média de 77 dólares (68,9 euros) em 2025, uma redução de cinco dólares em ambas as previsões.
O banco de investimento norte-americano atualizou esta terça-feira as projeções relativas ao barril de petróleo para este ano e o próximo depois de verificar uma subida inesperada na oferta dos EUA de produtos petrolíferos líquidos, nomeadamente o gás natural liquefeito (GNL), e uma fraca procura na China.
O mercado norte-americano registou um aumento de 0,7 milhões de barris por dia (mbpd) em termos homólogos no que respeita à oferta de GNL à custa de ganhos de eficiência, o que, argumenta a análise do banco, irá acelerar o estabelecimento de novos furos e explorações no próximo ano.
Também do lado da oferta, o cartel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem em vigor uma série de cortes programados de produção este ano, sendo ainda incerto se estes se voltarão a prolongar em 2025. Caso contrário, a oferta irá subir, pressionando os preços para baixo.
Nesta linha, recorde-se que a Arábia Saudita reportou esta semana as receitas de petróleo mensais mais baixas em três anos, levantando mais dúvidas sobre a estratégia de sufoco da oferta para estimular preços. Junho trouxe apenas 17,7 mil milhões de dólares (15,9 mil milhões de euros) ao reino saudita, o que se traduz em 5,6 mbpd no mês em questão, apenas mais 250 mil do que no início da pandemia de Covid-19, quando a procura por petróleo colapsou.
Por outro lado, a recuperação fraca na China tem significado uma procura global menos forte do que se projetava, tal como uma alteração legislativa na composição dos combustíveis rodoviários utilizados no país. Como tal, a Goldman Sachs cortou a projeção para o crescimento da procura mundial de 1,2 para 0,9 mbpd.
Acresce a isto a tendência de mudança de petróleo para gás natural a nível mundial, alicerçada em maior eficiência e custos mais baixos, e os contratos a longo-prazo com preços em tendência decrescente, explica a nota da Goldman.
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