Pedro Queiroz Pereira, antigo presidente da Semapa falecido em 2018, acusou Ricardo Salgado de ter ameaçado Carlos Costa, na altura governador do Banco de Portugal. No depoimento de duas horas e meia, o industrial relatou uma conversa do antigo presidente do BES/GES com Carlos Costa: “Eu já estou há muitos anos e os governadores mudam”.
Para Pedro Queiroz Pereira, esta conversa do ex-banqueiro com o antigo governador tratou-se de uma ameaça velada: “Assim como quem diz: ‘Se calhar tenho que falar com alguém para te tirar’. Uma prepotência desmedida”.
Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, criticou o depoimento de Pedro Queiroz Pereira, descartando a ameaça do ex-banqueiro ao então governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Segundo o advogado, Ricardo Salgado “não ameaçou ninguém. O que está ali dito é puramente uma novela, não tem nada de factual”, considerou.
O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.
Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.
Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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