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Volkswagen planeia fechar três fábricas na Alemanha e milhares de trabalhadores entram em layoff

A construtora automóvel alemã tem estado em sérias dificuldades este ano e a presidente do conselho de trabalhadores, que representa 662 mil trabalhadores, citada pela “Reuters”, destaca que o encerramento de três fábricas no país será uma realidade.
28 Outubro 2024, 10h49

A Volkswagen planeia fechar pelo menos três fábricas na Alemanha e deverá colocar em layoff milhares de trabalhadores, de acordo com informação avançada esta segunda-feira pelo construtor automóvel alemão.

Daniela Cavallo, presidente do conselho de trabalhadores do fabricante automóvel alemão, que representa mais de 662 mil trabalhadores, citada pela “Reuters” não especifica que fábricas serão encerradas mas garantiu este é o plano que vai ser seguido pela Volkswagen.

“O Conselho de Administração planeia encerrar pelo menos três fábricas da VW”, disse Daniela Cavallo numa reunião com os funcionários. As outras fábricas terão de ser redimensionadas, de acordo com os planos de gestão que foram comunicados à comissão de trabalhadores.

O plano prevê igualmente uma redução de 10% de todos os salários e o congelamento dos salários em 2025 e 2026, indicou num comunicado de imprensa, referindo-se também à transferência para o estrangeiro de muitas das atividades e departamentos do grupo atualmente sediados na Alemanha.

Há planos para despedimentos, que a representante dos trabalhadores advertiu poderem significar o desaparecimento de dezenas de milhares de postos de trabalho.

“Todas as fábricas na Alemanha estão em perigo. Ninguém entre nós se pode sentir seguro”, alertou.

A Volkswagen tem 120.000 trabalhadores na Alemanha, cerca de metade dos quais na sede em Wolfsburg, e dez fábricas.

Em setembro passado, a VW pôs fim a um acordo de três décadas que garantia que não haveria despedimentos por motivos profissionais.

Isto significa que, a partir de meados de 2025, os despedimentos por motivos relacionados com a situação da empresa voltarão a ser possíveis.

Na próxima quarta-feira, terá lugar uma segunda ronda de negociações entre a direção e os representantes dos trabalhadores.

O sindicato exigiu um aumento salarial de 7%, enquanto a direção considera a possibilidade de efetuar cortes salariais de até 10%.

Segundo uma nota do CEO do grupo na semana passada, Oliver Blume, citada pela AFP, a Alemanha “está a perder cada vez mais terreno em termos de competitividade” e “o encerramento de fábricas nos locais de produção de veículos e componentes já não pode ser excluído”.

A concretizar-se, a decisão de fechar uma fábrica seria a primeira desde 1988, quando a empresa fechou a fábrica em Westmoreland, nos Estados Unidos. Já na Alemanha, a Volkswagen nunca fechou uma fábrica nos seus 87 anos de história.

Na nota, o CEO também admite despedimentos, ponderando abandonar um acordo datado de 1994 que protegia empregos até 2029, já que as medidas que têm sido tomadas para cortar custos, como reformas antecipadas e saídas voluntárias, podem não ser suficientes.

A Volkswagen “deve agora agir de forma decisiva”, enquanto “a indústria automóvel europeia se encontra numa situação muito exigente e grave”, disse, nomeadamente devido à entrada de novos concorrentes nos mercados europeus.

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