Mafalda Duarte tem o futuro climático do mundo nas mãos. Embora seja no sentido figurativo, a expressão tem uma certa verdade, porque Mafalda é a CEO do Climate Green Fund ou Fundo Verde para o Clima, que é o principal instrumento para o financiamento climático no quadro do Acordo de Paris, criado em 2015 e assinado por 194 países no ano seguinte.
Por esse motivo, Mafalda Duarte recolhe um total de 83 pontos na categoria Responsabilidade Social e Sustentabilidade no ranking anual da revista “Forbes Portugal”, que este ano elabora a lista das 55 mulheres mais poderosas nos negócios em Portugal.
Nasceu na Covilhã há 47 anos e a vivência no interior do país não forçou a empresária a afastar-se das raízes. Desde março do ano passado que é responsável pela gestão de mais de 42 mil milhões de dólares de investimento do Fundo Verde para o Clima, criado no quadro das Nações Unidas. É pelo instrumento que visa apoiar a mudança de paradigma nas respostas às alterações globais que a portuguesa está responsável.
Mafalda Duarte já se tinha destacado na lista da “Forbes Portugal” no ano passado, pelo peso e responsabilidades que tem em mãos, tendo arrecadado uns estonteantes 81 pontos, colocando-a entre as 10 portuguesas mais poderosas dos negócios a nível luso. Mas para a empresária o mais importante é o impacto positivo que este fundo, nomeadamente os investimentos, têm na ação climática e transição energética.
Mas o percurso de Mafalda Duarte não começou aqui. Formada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho e mestre em Gestão de Políticas Económicas pela Universidade de Columbia, a gestora percebeu cedo o caminho que tinha de trilhar. Durante a sua carreira, trabalhou em mais de 30 países em desenvolvimento e focou-se sempre na área das finanças climáticas, com destaque na implementação de projetos energéticos.
O maior parque solar do mundo, situado na Índia e a primeira produção geotérmica da América do Sul, por exemplo, foram projetos realizados sob a sua liderança.
Mais recentemente, ocupou cargos de destaque no Banco Africano de Desenvolvimento e no Banco Mundial, sendo que neste último liderava, desde 2014, o Fundo de Investimento Climático, onde foi apontada como uma das possíveis sucessoras de David Malpass na liderança da instituição.
Mafalda Duarte trabalhou ainda como CEO do Climate Investment Funds, outro fundo climático, onde conseguiu aumentar a sua capitalização em quase 40%, duplicou o programa e lançou novas iniciativas estratégicas em áreas fulcrais como transições justas, descarbonização industrial e armazenamento de energia.
Foi sob a sua liderança que o Climate Investment Funds se tornou um grande financiador da plataforma Just Energy Transition Partnerships, tendo sido ainda pioneiro em arrecadar financiamento em mercados de capital internacionais.
Mas a sua nomeação para liderar a entidade climática aporta um plano ambicioso: garantir que o Fundo Verde para o Clima invista 50 mil milhões de dólares até 2030, de forma a maximizar a eficiência e o impacto do fundo das Nações Unidas no mundo.
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