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“É uma guerra”: Proteção Civil lamenta polémica política sobre os incêndios da Madeira

O presidente do Serviço Regional de Proteção civil, António Nunes, mostrou o seu desagrado com as críticas que foram feitas por um “conjunto de especialistas” relativamente aos incêndios de agosto, na Madeira.
29 Novembro 2024, 10h48

O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, António Nunes, considerou, referindo-se aos incêndios que assolaram a Região Autónoma da Madeira, em agosto, que “tem a certeza” de que “tudo foi feito de acordo com o que foi possível fazer naquelas condições, sem colocar em risco os profissionais de socorro”.

António Nunes falava durante uma audição que decorreu na Assembleia Legislativa da Madeira, relativamente ao apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios ocorridos entre 14 e 26 de agosto.

O presidente da Proteção Civil da Madeira disse que o que tem acontecido nos três meses após os incêndios é “uma guerra” e referiu que a audição, na Assembleia da Madeira, foi uma oportunidade de “dar a nossa versão do que aconteceu”.

António Nunes mostrou o seu desagrado com as críticas que foram feitas por um “conjunto de especialistas” relativamente aos incêndios de agosto, na Madeira.

“Emanaram opiniões e comentários sobre questões acerca das quais detinham pouco, parcial ou mesmo nenhum conhecimento, sem que nos consultassem sobre o que realmente se passou. Temos a certeza de que tudo foi feito de acordo com o que ela possível fazer naquelas condições e orográficas, sem colocar em risco os profissionais de socorro”, disse António Nunes.

O presidente da Proteção Civil acrescentou que o Serviço Regional de Proteção Civil “esteve sempre disponível” para esclarecer a opinião pública, através dos meios de comunicação social, e que em “momento algum os jornalistas foram impedidos de exercer os seus direitos”, tal como foi denunciado pelo Sindicato dos Jornalistas da Madeira.

O Comandante Operacional do Serviço Regional de Proteção Civil, Marco Lobato, reforçou  que “nunca, mas nunca em momento algum protestamos contra, ou barramos a Comunicação Social em momento algum, quer para imagens, quer para entrevistas em diretos televisivos, quer para diretos em rádios, ou jornais escritos, da nossa parte nunca houve esse conflito”.

Marco Lobato disse que é da opinião que a população “tem que ser informada” sobre o que se passa no teatro de operações, contudo sublinhou que essa comunicação “tem que ser regrada”.

Marco Lobato sublinhou que “com a dinâmica dos incêndios, num determinado momento em que eu estou a dar uma entrevista a um canal televisivo e afirmar uma coisa, nos 30 minutos seguintes, de acordo com a nova dinâmica do incêndio, essa informação pode já não estar correta. Tem que haver uma regra maior sobre este tipo de comunicação, sob pena de estarmos a dar informações corretas ou não”.

O Comandante Operacional do Serviço Regional de Proteção Civil disse que existe sempre margem para melhoria acrescentando que  “tentamos alcançar sempre a excelência máxima ao nosso serviço”, reforçando que se “tentou domar aquele incêndio o mais rápido possível, foram 11 dias que não havia formas de controlar o incêndio, ele deflagrava de tal forma e de uma zona com alta inacessibilidade com os nossos meios. Ficamos expectantes e condicionados, e foram momentos angustiantes, com muito stress e tentamos não perder a ótica do objetivo da Proteção Civil”.

Marco Lobato sublinhou que a prioridade é “proteger vidas, proteger bens materiais e proteger a natureza e o ambiente. Totalmente por esta ordem, tem que ser por esta ordem e nunca ao contrário. Podemos dizer que tivemos sucesso, pois resultou. Independentemente de ter ardido quase cinco mil hectares de área, aquele que era o nosso maior propósito conseguimos atingir pela ordem correta. Não perdemos nenhuma vida”.

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