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China quer aumentar o consumo incrementando os salários dos funcionários públicos

Economista da Bloomberg determina que esta medida custaria 290 mil milhões de yuans por ano, “aproximadamente 1% dos gastos previstos no orçamento de 2024” mas avisa: é pouco provável que tenha impacto macroeconómico.
China
A surveillance camera is silhouetted behind a Chinese national flag in Beijing, China, November 3, 2022. REUTERS/Thomas Peter/File Photo
13 Janeiro 2025, 15h42

A China entra numa das épocas do ano com maior consumo no país. Os feriados de Ano Novo, que vão de 29 de janeiro a 4 de fevereiro, são um ponto determinante para medir a “temperatura” dos pedidos internos, que está reduzido desde o fim da pandemia. Tanto que os líderes económicos do país oferecem diversas medidas para incentivar o consumo, entre esta está a última medida anunciada é o aumento dos salários dos funcionários públicos, segundo o “El Economista”.

As últimas estatísticas indicaram que os funcionários públicos chineses representariam 10% dos empregos urbanos do país em 2023 e o aumento seria de pelo menos 500 yuans por mês (cerca de 66 euros), o que representaria 5% do salário médio auferido por estes funcionários públicos.

O economista da Bloomberg, Eric Zhu, considera que esta medida custaria 290 mil milhões de yuans por ano, “aproximadamente 1% dos gastos previstos no orçamento de 2024”.

O especialista assegura que “é pouco provável” que um aumento salarial deste tipo “altere a situação do ponto de vista macroeconómico”, mas ainda assim “constitui um passo positivo” depois de várias rondas de cortes salariais que este tipo de trabalhadores tem sofrido no últimos anos.

Da mesma forma, salienta que esta medida “aumenta a esperança” de que o Governo possa adotar medidas de apoio ao rendimento e ao emprego da população em geral “o que poderá aumentar ainda mais a confiança”.

A inflação na China manteve-se estável no ano passado, com um crescimento muito ligeiro do IPC. Especificamente, aumentou 0,4% em termos anuais em 2024, segundo dados publicados pelo Gabinete Nacional de Estatística (ONE). Isto denota que a procura interna está a começar a recuperar e que o Governo está a fazer esforços para estimulá-la através de incentivos fiscais, tais como reduções de impostos para empresas e particulares, e um aumento na despesa pública. Especificamente, aumentaram a sua meta do défice para 4% do PIB, o que demonstra uma orientação orçamental mais expansiva e um facto histórico, uma vez que estão a ultrapassar a barreira histórica para mantê-la em 3% do PIB.

Uma das principais medidas adotadas foi o ‘plano de renovação’ de eletrodomésticos. Para este ano, aumentaram o orçamento em 81.000 milhões de yuans ( cerca de 10.700 milhões de euros ). Com esta medida, além de estimular os gastos, pretendem modernizar a indústria.

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (NDRC) e o Ministério das Finanças emitiram na quarta-feira diretrizes para alargar o apoio à actualização de equipamentos a novos sectores, incluindo informação electrónica, produção de segurança e instalações agrícolas.

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