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Maioria dos empresários procura assessoria externa para saída dos negócios, segundo UBS

O UBS publicou o seu primeiro relatório global sobre empreendedores, com base num inquérito a 156 clientes empresariais do banco, membros de uma rede que representa empresas com receitas de cerca de 19,1 mil milhões de dólares.
6 Fevereiro 2025, 13h14

O UBS publicou o seu primeiro relatório global sobre empreendedores, com base num inquérito a 156 clientes empresariais do banco, membros de uma rede que representa empresas com receitas de cerca de 19,1 mil milhões de dólares.

O que estarão os empresários a pensar agora que nos aproximamos da metade de uma década que nos trouxe um sólido crescimento económico e avanços tecnológicos, mas também uma pandemia global e conflitos geopolíticos? É a questão que o UBS se propõe explorar na primeira edição do UBS Global Entrepreneur Report.

O relatório analisa as expetativas dos empreendedores em relação a investimentos futuros, planos de contratação e Inteligência Artificial (IA), bem como as principais preocupações e opiniões sobre as perspetivas dos respetivos setores.

O relatório mostra que os empresários veem o enorme potencial da IA, mas também esperam continuar a investir na sua força de trabalho.

Esta abordagem equilibrada sugere um futuro onde a IA complementa talento humano, promovendo a inovação e o crescimento.

“O nosso primeiro relatório sobre empreendedores permite tirar conclusões muito interessantes sobre as suas expectativas em termos de investimento, contratação, inteligência artificial e desafios dos seus setores. Segundo o estudo, observa-se na Europa uma abordagem cautelosa a curto prazo, com uma minoria de empreendedores a planear aumentar significativamente o investimento no próximo ano”, afirma Carlos Santos Lima, UBS country head Portugal.

“A longo prazo, a confiança é muito maior, com uma parte significativa a prever um crescimento expressivo nos próximos cinco anos. Isto sugere que os europeus estão conscientes dos desafios que podem enfrentar a curto prazo, mas que as empresas reconhecem oportunidades de crescimento sustentado no futuro.” acrescenta Carlos Santos Lima.

O country head Portugal considera que “Portugal beneficia de um tecido empresarial dinâmico, com empresas a investir significativamente na modernização e digitalização dos seus processos”.

“O país tem vindo a destacar-se pela sua capacidade de atrair investimento estrangeiro e pela crescente sofisticação do seu mercado de trabalho”, acrescenta.

A UBS diz que “no inquérito, perguntámos quais as tecnologias digitais que oferecem a maior oportunidade, as suas principais preocupações e as suas necessidades específicas de gestão de património enquanto olham para o futuro. Inquirimos as opiniões de 156 clientes empresários e membros da rede do UBS em todos os setores. Os seus negócios representam 19,1 mil milhões de dólares em receitas anuais combinadas, o que equivale a uma média de 123 milhões de dólares cada. Os inquiridos estão registados nas Américas (EUA e América Latina), Ásia-Pacífico, Europa e Suíça. Além disso, os resultados do inquérito foram complementados por entrevistas curtas e aprofundadas com foco em tópicos principais. O inquérito foi realizado de 26 de setembro a 30 de novembro de 2024”.

O relatório revela também uma tendência comum entre os empresários: muitos dizem que não acumularam o seu património privado, fora dos seus negócios, tanto quanto poderiam. “A nossa investigação destaca o que parece ser uma característica comum entre os empresários: muitos não priorizaram a construção do seu património privado no seu potencial máximo, concentrando-se talvez em reinvestir nos seus negócios”, lê-se no relatório.

“Os nossos empresários também reconhecem que desenvolver um negócio e gerir investimentos exigem conjuntos de competências totalmente diferentes, sendo que a maioria reconhece a importância da orientação especializada em investimentos”, acrescenta o documento.

Maioria dos empresários espera procurar assessoria externa para a saída dos negócios

A maioria dos empresários espera procurar orientação externa para a saída dos seus negócios, é uma das conclusões do inquérito. Ao vender os seus negócios, mais de metade dos empresários entrevistados procurariam aconselhamento externo junto de um banqueiro, seja um consultor de clientes, consultor financeiro/património ou banqueiro de investimento.  Quase o mesmo número de pessoas recorreria a um advogado independente, como um consultor fiscal ou um consultor fiscal.

Quando se trata de governance, mais de metade acredita que as empresas do seu setor têm um plano de sucessão para a equipa de liderança sénior/colaboradores.

Instabilidade política, os impostos e a geopolítica lideram as preocupações dos empresários 

No nosso inquérito, os empresários destacaram as suas principais preocupações macroeconómicas para os seus sectores como sendo a instabilidade política e/ou a incerteza, os impostos mais elevados e/ou um grande conflito geopolítico.

Ao pensar nos desafios específicos que os seus setores enfrentam, a maior parte dos empresários vê as mudanças nas regulamentações e nos requisitos de compliance como uma dificuldade, com mais de um terço a ver a cibersegurança como uma ameaça.

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