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Seis maiores bancos em Portugal lucraram 1,25 mil milhões no primeiro trimestre

CGD, BCP, Novobanco, Santander, BPI e Banco Montepio) registaram lucros de 1,2 mil milhões no primeiro trimestre do ano, em linha com os lucros de março de 2024. Aumento do crédito à habitação beneficiou do impulso da garantia do Estado.
23 Maio 2025, 07h51

Os seis maiores bancos – Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novobanco, BPI e Banco Montepio – registaram, no conjunto, lucros de 1,25 mil milhões de euros no primeiro trimestre, em linha com o lucros que as mesmas instituições tiveram em março do ano passado. Isto significa que a queda das taxas de juro pelo BCE já se está a fazer sentir na receita dos bancos. Ainda assim a subida do volume de crédito travou a queda dos lucros.

O primeiro trimestre dos bancos teve em comum a subida da carteira de crédito ajudada pela subida do crédito à habitação que beneficiou do impulso dado pela garantia do Estado ao crédito jovem. É caso para dizer que o Estado “ajudou” a que a banca não tivesse uma queda dos lucros em 2025. Tal como revelou o Relatório de Estabilidade Financeira de maio, no primeiro trimestre de 2025, o crédito com garantia representou 9% do número e 13% do montante total dos novos contratos de crédito à habitação.

A CGD foi a último dos grandes bancos a apresentar contas e revelou lucros de 393 milhões de euros no primeiro trimestre, menos dois milhões que no mesmo período do ano anterior (-0,5%), devido à queda da margem financeira de 11%. A rentabilidade mantém-se no entanto elevada em 24%. No que toca ao crédito, a CGD reportou que a nova produção cresceu 61%. O segmento “jovem” impulsionou este crescimento. A CGD revelou que em maio recebeu mais 6.800 pedidos de empréstimo à habitação com garantia do Estado, num total de 1,3 mil milhões de euros e há mais 2.800 operações contratadas ou em fase final de contratação, no valor de cerca de 530 milhões.

Já o BCP recebeu mais de 5.700 pedidos de clientes o que equivale a mais de 1,1 mil milhões de euros de crédito à habitação ao abrigo da garantia. Foram aprovadas operações de mais de 280 milhões. Ou seja, o banco tem 20% do valor da garantia que lhe coube na partilha e que foi de 185,4 milhões de euros, alocado a operações de crédito. Toda a carteira de crédito à habitação do BCP aumentou 1,2 mil milhões de euros.

O BCP teve um lucro de 243,5 milhões no primeiro trimestre, aumentando 3,9% face ao período homólogo e o CEO do banco considera que esta subida dá confiança ao seu plano estratégico que contempla lucros anuais em torno de mil milhões de euros até 2028. Os resultados do BCP superaram as expetativas dos analistas da Jefferies e foram impulsionados por menores custos com imparidades em Portugal. O resultado cresceu 7,6% para 218,9 milhões em Portugal, enquanto as operações internacionais recuaram 20% para 24,5 milhões. A margem financeira consolidada cresceu 3,6% apesar da descida de juros do BCE.

No Santander Totta também se destacou a subida de 8,7% do crédito total a clientes, suportado na elevada originação de novos créditos à habitação e a empresas. A carteira de crédito hipotecário continuou a beneficiar dos ritmos sustentados de nova produção, com o banco a originar mais de um quinto das novas hipotecas.

Já o BPI obteve um resultado líquido de 137 milhões no primeiro trimestre, a subir 13%, mas este resultado inclui o dividendo do BFA relativo a 2024, de 46 milhões. A atividade em Portugal contribuiu com 98 milhões, o que representa uma diminuição de 13% anual refletindo o repricing do crédito com indexantes mais baixos. O BPI registou um crescimento homólogo de 5% no crédito. A carteira de crédito à habitação aumentou 8% num ano, para 15,7 mil milhões. A contratação de novo crédito à habitação no trimestre atingiu 961 milhões o que corresponde a um aumento homólogo de 57%.

O Banco Montepio também se destacou no crédito à habitação jovem com garantia pública e foi o único que já recebeu do Estado um reforço da verba para conceder créditos à habitação ao abrigo desta garantia.

O Novobanco registou uma queda dos lucros de 1,9% por causa da queda da margem financeira.

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