A Sociedade Ponto Verde (SPV) reforçou, esta sexta-feira, o seu apelo à mobilização nacional: Portugal está significativamente abaixo da meta europeia de 70% de reciclagem de embalagens de vidro até 2025.
De acordo com os dados do primeiro semestre de 2025 da Sociedade Ponto Verde, “que representa mais de 85% das retomas totais de vidro, verifica-se um decréscimo na ordem dos 3% na reciclagem de embalagens deste material, face ao período homólogo. Isto significa que, no total, foram encaminhadas para a reciclagem 86.477 toneladas de vidro, menos 2.228 do que no primeiro semestre de 2024”.
“O vidro é um dos materiais com maior valor na economia circular – é 100% reciclável e reutilizável -, mas continua a ser um dos mais desperdiçados em Portugal. Esta realidade tem de mudar. Não podemos aceitar que quase metade das embalagens de vidro acabem fora do circuito de reciclagem. Atingir os 70% até ao final de 2025 não é uma opção: é uma responsabilidade coletiva que exige ação imediata de toda a cadeia de valor: produtores, distribuidores, autarquias, operadores, entidades gestoras e, claro, os cidadãos”, afirma a CEO da Sociedade Ponto Verde, Ana Trigo Morais.
Segundo os dados do SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos), “entre 2022 e 2024, a quantidade de embalagens de vidro colocadas no mercado aumentou 5%, mas, apesar disso, a taxa de reciclagem deste material permanece estagnada face a períodos homólogos”.
Para a SPV, “é importante adotar soluções que potenciem o aumento da reciclagem de embalagens de vidro”. “É necessário modernizar as infraestruturas; continuar a trabalhar na inovação, na IA e na digitalização do setor, fundamentais para concretizar os desafios deste material; adotar soluções como o baldeamento assistido, para facilitar a deposição de embalagens de vidro; “uberizar” as embalagens, através de um sistema de recolha porta a porta; implementar sistemas PAYT (pay as you throw); desenvolver embalagens cada vez mais sustentáveis; e apostar em projetos de inovação ligados ao canal HORECA – uma multiplicidade de opções que se traduziriam em mais valias para o aumento de reciclagem deste tipo de embalagens no País”.
“Temos a responsabilidade e o dever de fazer mais e melhor. Reciclar vidro é uma ação simples, mas com um impacto ambiental e económico muito significativo. Cada garrafa conta. Aliás, cada um de nós conta para conseguirmos alcançar esta meta”, conclui Ana Trigo Morais.
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