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PM francês fica mais 48 horas para resolver crise política

Macron pediu um esforço extra ao PM demissionário para tentar fechar um acordo para o Orçamento de 2026.
6 Outubro 2025, 17h41

Sébastien Lecornu vai ficar mais 48 horas no cargo para tentar resolver a crise política.

Emmanuel Macron pediu um esforço extra ao primeiro-ministro demissionário. Quarta-feira à noite é o prazo final para desbloquear a crise na Gália.

“Aceitei o pedido do Presidente da República de realizar mais discussões com as forças políticas pela estabilidade do país”, segundo o primeiro-ministro.

“Comunicarei ao chefe de Estado na quarta-feira à noite se é possível ou não, para que consiga tirar as conclusões necessárias”, anunciou Lecornu esta tarde.

Os socialistas do PSF já pediram a Macron para nomear um novo primeiro-ministro de esquerda, mas sem o incluir o França Insubmissa.

Já o partido Renascimento de Macron rejeitou a realização de eleições antecipadas, com a deputada Eleonore Caroit a considerar que o desfecho seria semelhante ao atual Parlamento.

Já os extremos exigem eleições antecipadas, tanto o França Insubmissa, de extrema-esquerda, como o Reunião Nacional, de extrema-direita, querem ir às urnas o mais rapidaemnte possível.

França transformou-se em Itália. Três governos no espaço de um ano, com uma Assembleia Nacional dividida em três blocos políticos que não chegam a acordo sobre o Orçamento do Estado.

E as eleições presidenciais francesas estão aí quase à porta, vão ter lugar daqui a dois anos, em 2027.

Emmanuel Macron tem o poder da bomba atómica desde meados deste ano, de dissolver a Assembleia Nacional depois de ter marcado legislativas antecipadas em junho de 2024.

“O colapso do Governo acentua a incerteza sobre o cenário político e orçamental de França”, disse hoje a DBRS.

A agência canadiana de notação financeira recorda que cortou o rating francês em setembro, por prever que o caminho de consolidação orçamental vai ser “mais gradual do que o antecipado” devido aos “desafios da situação doméstica política”. França registou o maior défice orçamental da zona euro em 2024 e deverá repeti-lo este ano.

“Vamos continuar a monitorizar a capacidade de França de resolver os desequilibrios ficais no médio prazo e para conter o aumento da dívida sobre o PIB e o fardo dos juros sobre a dívida”, que poderão ser impactados pelos custos elevados de financiamento de França face aos pares da zona euro, situação que se tem degradado desde junho de 2024, quando tiveram lugar as eleições antecipadas.

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