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Deutsche Bank falha acordo com Departamento de Justiça nos EUA

Esta é uma má notícia para o banco que está em risco de pagar uma multa nos Estados Unidos de 14 mil milhões de dólares (12,4 mil milhões de euros), por causa de alegada má prática junto de clientes com a venda de obrigações subprime antes da crise financeira de 2008. A notícia avançada pela Bloomberg, que cita o jornal alemão Bild, refere que o falhanço de um acordo ocorreu na reunião em Washington na sexta-feira.
Staff / Reuters
9 Outubro 2016, 14h17

O CEO do Deutsche Bank John Cryan não conseguiu chegar a um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Esta é uma má notícia para o banco que está em risco de pagar uma multa nos Estados Unidos de 14 mil milhões de dólares (12,4 mil milhões de euros), por causa de alegada má prática junto de clientes com a venda de obrigações subprime antes da crise financeira de 2008. A notícia avançada pela Bloomberg, que cita o jornal alemão Bild, refere que o falhanço de um acordo ocorreu na reunião em Washington na sexta-feira.

O jornal Bild diz ainda que o maior banco alemão está também a considerar um pedido de indemnização numa acção contra Anshu Jain e Josef Ackermann, que são ambos ex-CEOs do banco. O banco congelou parte dos milhões em pagamentos de bónus que eram destinado a Jain e outros ex-gestores de topo.

Esta multa está a arrasar o capital do banco alemão que para provisionar essa multa fica à mercê da necessidade de um aumento de capital. As acções do banco tinham subido graças à notícia da iminência de um acordo, mas segunda-feira antevê-se um desaire.

Alguns analistas a vêem como insuficientes os 5.500 milhões de euros que o banco provisionou para acautelar consequências dos processos jurídicos. Porque, além de investigação dos EUA sobre o seu papel na distribuição de hipotecas subprime, o Deutsche também está a ser investigado por manipulação cambial, de metais preciosos e de receber capitais da Rússia.

A chanceler Angela Merkel descartou a possibilidade de qualquer auxílio estatal ao Deutsche Bank antes das próximas eleições em Setembro 2017, em declarações recentes à revista semanal alemã Focus.

A Bloomberg diz que John Cryan, um britânico que fala fluentemente alemão, tem procurado nas últimas três semanas tranquilizar os investidores, passando a mensagem que o Deutsche Bank pode resistir os obstáculos que existem à sua saúde financeira. O banco tem mantido conversações informais com bancos de investimento de Wall Street para obter soluções para lidar com os custos legais, incluindo uma venda de ações (aumento de capital) que permitira ao banco levantar 5 mil milhões de euros.
A família real do Qatar também está a considerar aumentar a sua participação no Deutsche Bank até aos 25 por cento, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto citadas pela Bloomberg.
Cryan afirmou que o banco  pode falar o objectivo de voltar a ser rentável este ano depois de ter registado o primeiro prejuízo anual desde 2008, no ano passado.

John Cryan tem planos para eliminar milhares de postos de trabalho e reduzir ativos de risco e chamou ao ano 2016, o ano da reestruturação no Deutsche Bank.

O banco em Portugal por via de ser uma sucursal do banco alemã está directamente exposto ao risco da casa-mãe.

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