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Consumidores inspiram cautela em Wall Street

O atual arrefecimento, a ser validado, dificilmente não terá as devidas consequências no crescimento do PIB no início da segunda metade do ano.
18 Agosto 2021, 10h19

Depois dos dados económicos pouco animadores que saíram da segunda maior economia do mundo, e que causaram alguma apreensão no início da sessão de segunda-feira, terça-feira trouxe uma preocupante confirmação desses mesmos dados, mas desta feita por parte da maior economia do mundo.

Com efeito, depois de um crescimento abaixo do previsto nas vendas a retalho na China, componente muito importante do PIB em qualquer economia, os consumidores norte-americanos pisaram no travão das compras em julho, com uma contração maior do que a esperada, dado que o deslize foi de -1,1%, quando as previsões apontavam para uma cedência de apenas -0,3%. De realçar, contudo, a revisão em alta do mês de junho para um crescimento de 0,7%.

A redução das despesas com o sector automóvel e nas vendas online pressionaram o indicador de tal forma que nem uma melhoria da faturação na restauração conseguiu contrariar, até porque os restaurantes não recuperaram tanto como se esperava, ao que não é indiferente o ressurgimento da pandemia de Covid nos EUA, assim como um pouco por todo o mundo.

Este movimento já diminuiu de forma substancial as estimativas para as vendas a retalho no terceiro trimestre, que poderão crescer agora “apenas” 4,8%, e refiro apenas porque é menos de metade da subida de 11,8% registada no segundo trimestre. Um arrefecimento que, a ser validado, dificilmente não terá as devidas consequências no crescimento do PIB no início da segunda metade do ano.

Contudo, não foram só más notícias, uma vez que a produção industrial nos EUA cresceu ao ritmo mais elevado dos últimos quatro meses, o que não deixa de ser positivo no meio de vários outros dados que indiciam a probabilidade de uma diminuição da atividade económica nos próximos meses. Mas, no final do dia, a cautela imperou e os índices norte-americanos corrigiram, com o S&P500 a quebrar uma série vitoriosa de cinco sessões que o empurraram para novos máximos históricos. Resta saber agora como irão os investidores reagir às minutas da última reunião da Fed, que serão conhecidas esta quarta-feira pelas 14h (hora de Nova Iorque).

No mercado cambial foi curioso o impacto dos dados das vendas a retalho, uma vez que a moeda dos EUA acabou a valer mais 0,5%. Ou seja, as perspetivas de menor crescimento económico, que indiretamente poderão restringir uma alteração da política monetária da Fed nos próximos meses, não tiveram qualquer efeito negativo.

O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é Semanal.

 

 

É preciso recuar até 1995 para se encontrar um período tão prolongado de tempo em que o indicador técnico stochastic se encontra em valores de sobre-comprado, tal como tem estado desde novembro de 2020.

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