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PCP quer usar “bazuca” europeia para reforçar “potencialidades” do aeroporto de Beja

Os comunistas consideram que o aeroporto de Beja está “desaproveitado”, devido à “total ausência de vontade política”, e apelam à criação de uma intermodalidade de serviços e transportes para que se possa tirar partido das suas “potencialidades”.
13 Abril 2021, 11h40

O Partido Comunista Português (PCP) quer que o Governo aproveite a “bazuca” europeia para dotar o aeroporto de Beja das acessibilidades necessárias à sua utilização. Os comunistas consideram que o aeroporto está “desaproveitado”, devido à “total ausência de vontade política”, e apelam à criação de uma intermodalidade de serviços e transportes para que se possa tirar partido das suas “potencialidades”.

Num projeto de resolução entregue na Assembleia da República, o PCP dá conta de que o início efetivo do aeroporto em 2011 (com um voo inaugural de Beja para Cabo Verde) levou à concretização das revindicações das populações, mas rapidamente revelou-se uma “desilusão, pois, aos dias de hoje o aeroporto continua sem um adequado aproveitamento e sem dar o contributo, que pode dar, para o desenvolvimento regional”.

“O desaproveitamento do Aeroporto de Beja tem dado azo a manobras demagógicas e de ataque ao projeto ou de silêncio cúmplice, que escondem sempre os responsáveis por não se usufruir desta grande infraestrutura aeroportuária, onde foi feito um considerável investimento público que tem condições excecionais para ser, de imediato, integrado no sistema aeroportuário nacional”, diz o PCP.

Considerando este projeto como um “elemento decisivo na promoção da coesão territorial”, o PCP entende que o que impede o aproveitamento do aeroporto de Beja é “a total ausência de vontade política para a sua utilização a que não é alheio o processo que, entretanto, decorreu de privatização da ANA que entregou nas mãos da multinacional Francesa – VINCI Airports – a gestão da rede de aeroportos com base nos critérios do lucro e não do desenvolvimento do país e do território”.

O PCP sugere, por isso, ao Governo que mobilize “os recursos financeiros necessários, aproveitando o Plano de Recuperação e Resiliência, o novo Quadro Financeiro Plurianual, ou ainda pela utilização de verbas do Orçamento de Estado” e inclusive pelo “recurso a crédito tendo em consideração que o país até se consegue financiar com juros negativos”, para garantir a valorização do aeroporto de Beja no sistema aeroportuário nacional, “aproveitando todos os seus recursos e potencialidades”.

Para os comunistas, o foco desse investimento devem ser as acessibilidades. A modernização e eletrificação de toda a Linha do Alentejo, incluindo a ligação ao aeroporto de Beja, e a conclusão do IP8 na sua totalidade, entre Sines e Vila Verde de Ficalho, são por isso essenciais, para um intermodalidade que conjugue as valências rodoviária, ferroviária e aérea.

O PCP diz ainda que o aeroporto de Beja poderá ser um “promotor da fixação de população e da indústria na região”, bem como o desenvolvimento endógeno do turismo, indústria, manutenção aeronáutica e carga/logística, e que o Governo deve articular “entre os diferentes níveis de planeamento local, regional e nacional as utilizações a dar ao aeroporto aproveitando todas as suas potencialidades e dimensões”.

“Quem tem responsabilidade governativas não pode continuar a permitir que o investimento público ansiado e promotor do desenvolvimento, possa ser transformado num problema, o que lhe falta é vontade política para o concretizar”, sublinha o partido liderado por Jerónimo de Sousa.

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