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Lítio. Mina do Barroso implica investimento de 110 milhões e a criação de 215 postos de trabalho diretos

O processo vai entrar em fase de consulta pública e ser analisado pelo comité de avaliação da APA que se deverá pronunciar sobre a Declaração de Impacte Ambiental em agosto.
Mina do Barroso, foto cedida
17 Abril 2021, 11h42

O projeto da mina do Barroso, distrito de Vila Real, implica um investimento de 110 milhões e a criação de 215 postos de trabalho diretos, segundo a sua promotora, a Savannah Resources que estima também a criação de 500 a 600 postos de trabalho indiretos.

A empresa anunciou na sexta-feira, 16 de abril, que a Agência Portuguesa do Ambiente declarou que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) estava conforme o requerido e por isso vai passar as próximas fases em simultâneo do processo: entrada em consulta pública e uma revisão detalhada pelo comité de avaliação da APA. A empresa espera que a APA se pronuncie sobre a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) em agosto.

A empresa sediada em Londres revela que o projeto do concelho de Boticas tem um custo inicial de 15 milhões de euros com o objetivo de eliminar ou reduzir impactos sociais e ambientais.

Nas suas contas, o projeto vai contribuir com 1,2 mil milhões de euros para o PIB nacional durante o seu tempo de vida.

“A Savannah compromete-se a desenvolver e a operar o projeto da Mina do Barros de uma forma responsável enquanto minimiza o impacto de projeto no meio ambiente local”, disse o presidente da empresa em comunicado, David Archer.

“O projeto é uma parte vital da cadeia de valor da bateria de lítio que não vai trazer apenas crescimento económico à Península Ibérica, mas também significativos benefícios ambientais através de uma redução nas emissões de CO2 devido à revolução do veículo elétrico em adição à melhoria das condições de vida para milhões de europeus através da redução da poluição do ar”, segundo este responsável.

Este projeto inclui a mina, assim como infraestruturas relacionadas e uma fábrica de processamento de espodumena, que é um mineral de lítio “usado para produzir sais de lítio que são usados na produção de baterias que equipam os veículos elétricos ou que são usadas para armazenar energia produzida de forma renovável”, segundo a empresa.

No projeto, a empresa diz que vai construir uma estrada com oito quilómetros, num custo de seis milhões de euros, vai evitar tráfego rodoviário nas aldeias locais. A fábrica de processamento do minério vai ser colocada num vale para minimizar impactos de som e luz, e sem visibilidade direta para as aldeias, diz a Savannah.

A empresa diz também que pretende reciclar 85% da água usada na Mina do Barroso de forma a ser quase auto-suficiente.

A empresa garante que o projeto vai ser desenvolvido de acordo com as “melhores práticas ambientais a nível mundial para a indústria de produção de minerais e que vai ser um exemplo de sustentabilidade e inovação no sector de produção mineral português e europeu”.

A Savannah aponta que o seu projeto vai ter um foco foco no “uso eficiente de energia, materiais e água de forma a reduzir a pegada ambiental dos ciclos de vida dos produtos de base mineral”.

Mina do Barroso com capacidade anual para construir baterias para 655 mil BMW i3

A mina do Barroso tem a capacidade anual para construir baterias para 655 mil BMW i3 ou para 307 mil Jaguar I-Pace, com base nos modelos produzidos por estas marcas em 2019, segundo dados da empresa divulgados em janeiro deste ano.

No período de onze anos, a mina teria capacidade para produzir baterias para 7,2 milhões de BMW i3, com a Savannah a apontar que estas baterias têm uma vida média de oito anos. O investimento inicial previsto atinge os 109 milhões de dólares (quase 90 milhões de euros).

Por ano, a empresa mineira sediada em Londres estima que a sua produção poderá atingir 1,3 milhões de toneladas por ano. Em novembro de 2020, a Savannah estimava existirem 27 milhões de toneladas de lítio na mina do Barroso, acima dos 14,4 milhões de toneladas estimados inicialmente.

A Savannah aponta que a “mina do Barroso é o mais significante projeto em desenvolvimento de espodumena na Europa, e oferece custos operacionais e capital intensivo abaixo da média”.

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