A bolsa nova-iorquina não resistiu a mais um dia de intensos protestos contra a morte de George Floyd, assassinado pela polícia de Minneapolis, e nem o alívio das notícias na frente interna – com os pedidos de subsídio de desemprego a aumentarem menos que aquilo que os analistas previam – foi suficiente para retirar o mercado do vermelho.
Mesmo assim, e embora todos os três principais índices tenham fechado negativos, os analistas identyificaram uma notável resiliência dada a envolvente do dia. O Dow Jones Industrial Average caiu 8,01 pontos, ou 0,03%, para 26.261,88 pontos; o S&P 500 perdeu 9,33 pontos, ou 0,30%, para 3.113,54 pontos; e o Nasdaq Composite caiu 35,92 pontos, ou 0,37%, para 9.646,99 pontos. Dos 11 principais setores do S&P 500, qu ase todos ficaram no vermelho.
“Desde o pico do índice S&P 500 em 19 de fevereiro até o mercado em baixa em 23 de março, as ações perderam 33,9%”, observou Ryan Detrick, gestor de mercado da LPL Financial em Charlotte, Carolina do Norte, citado pela agência Reuters.
Os dados econômicos mostraram que o número de norte-americanos que solicitaram subsídios de desemprego caiu abaixo de dois milhões pela primeira vez desde meados de março, ao mesmo tempo que a queda do comércio internacional resultou num aumento líquido do défice comercial dos Estados Unidos.
O tão esperado relatório de empregos do Departamento do Trabalho deve mostrar a taxa de desemprego a subir rapidamente para uns históricos de 19,7%.
Os protestos violentos pela morte de George Floyd pareciam estar a diminuir mas o Ministério Público trouxe novas acusações contra os policiais envolvidos no assassinato, o que acabou por ser também negativo para o mercado.
O sistema está agora dependente da Federal Reserve norte-americana, que vai reunir na próxima semana ao longo de dois dias. Historicamente, estas reuniões têm um forte impacto em Wall Street.
Para os analistas, os investidores retraem-se perante a possibilidade de terem exagerado no recente otimismo, que se tem apoiado nas notícias de novos estímulos e na eventual recuperação económica quando, do outro lado da moeda, se encontram ainda riscos relevantes como as tensões entre os Estados Unidos e China e o estado crítico da economia norte-americana.
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