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80% dos que se despediram em 2022 arrependem-se da decisão, aponta estudo

O fenómeno que ficou conhecido como ‘a grande demissão’ resultou num grande arrependimento. 80% dos trabalhadores que largaram os seus empregos no ano passado gostaria de voltar atrás na decisão, revela um estudo da Paychex.
2 Fevereiro 2023, 21h05

Da grande demissão ao grande arrependiemnto. A maioria dos profissionais que largou as suas posições durante o ano passado, numa tendência que ficou conhecida no mundo do recrutamento como ‘The Great Resignation0 [em português, ‘A Grande Demissão’], admite agora que gostaria de voltar atrás na decisão. As conclusões são de um estudo da Paychex, uma consultora de Recursos Humanos (RH).

O ano de 2022 bateu recordes em demissões por parte dos trabalhadores – 4,1 milhões de profissionais deixaram o seu emprego em dezembro, num total de 50 milhões de demissões. As causas são as suspeitas do costume: salários mais altos e condições e incentivos mais convidativos.

Agora, revela a Paychex, 8 em cada 10 admitem que se arrependem da decisão.

A análise da consultora entrevistou 825 colaboradores que se demitiram no período definido. Além destes, o estudo avaliou 354 empresas, para analizar o impacto destas demissões.

Os resultados mostram que o impacto se fez sentir em temas de saúde mental, equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho e relações conflituosas no local de trabalho.

Geração Z é a que mais sofre

De acordo com a Paychex, os trabalhadores pertencentes à geração Z são os que mais lamentam terem-se demitido. A esmagadora maioria dos inquiridos (89%) diz que se arrependem de sair e, como efeito, a sua saúde mental pagou o preço.

A investigação concluiu ainda que os benefícios extrassalariais, horários e cultura empresarial oferecidos pelas novas empresas aos demissionários não foram suficiente para os manter satisfeitos.

“Apesar da satisfação em termos de saúde mental e equilíbrio trabalho-vida ter influenciado muitas das demissões, apenas cerca de metade dos inquiridos diz estar satisfeito com a sua saúde mental (54%) e com o equilíbrio trabalho-vida (43%) no novo local de trabalho”, diz Jeff Williams, vice-president de Enterprise e HRO Service da Paychex, à CNBC.

“Infelizmente, a Gen Z reporta os níveis mais baixos de saúde mental positiva e equilíbrio trabalho-vida”, assinala o mesmo.

Apesar da maioria das empresas dizer que está disposta a recontratar os demissionários, outros estão mais hesitantes, e questionam a estabilidade e integridade do que apelidam de ‘trabalhadores boomerang’.

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