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10 Junho: Ventura avisa que Chega derrubará Governo que devolva bens às antigas colónias

André Ventura falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 10 de Junho, em Lagos, no distrito de Faro, quando comentava o teor dos discursos proferidos pela presidente das comemorações, a escritora Lídia Jorge, e pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
10 Junho 2025, 14h24

O presidente do Chega avisou hoje que o seu partido procurará derrubar no parlamento um Governo que proceda à “revisão” e “culpabilização” da História de Portugal e à devolução de bens às antigas colónias.

André Ventura falava aos jornalistas no final da cerimónia comemorativa do 10 de Junho, em Lagos, no distrito de Faro, quando comentava o teor dos discursos proferidos pela presidente das comemorações, a escritora Lídia Jorge, e pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.

Apesar de a questão da reparação de Portugal às suas antigas colónias não ter sido abordada em nenhum desses dois discursos, o presidente do Chega levantou o tema depois de ter sido confrontado pelos jornalistas com a ideia de um povo português multicultural inerente às intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa e de Lídia Jorge.

André Ventura começou por assinalar aos jornalistas estar a ouvir da assistência palavras de apoio, elogiou o Presidente da República por ter abordado a questão dos antigos combatentes portugueses, mas lamentou que não se tenha falado “no excesso de imigração”.

A seguir, sem se referir a Lídia Jorge, alertou para a possibilidade de o poder político entrar “num caminho perigoso de dizer que os portugueses são culpados pelo esclavagismo que houve no mundo”.

“Esta semana vi Moçambique pedir a devolução de obras de arte, ou a devolução de qualquer riqueza portuguesa. Sem ofensa para ninguém, eu represento o meu país, que é Portugal. E Portugal não vai devolver nada”, declarou.

“Se Portugal devolvesse o que quer que fosse a uma antiga província”, de acordo com André Ventura, então eles “tinham que devolver os milhões que os portugueses investiram em estradas, em hospitais, em escolas, em cultura”.

“Mentalizem-se disto, nós não vamos devolver nada a ninguém. E o Governo que tentar que Portugal reveja a sua História, culpando-se a si próprio, ou que devolva às antigas colónias o que quer que seja, da nossa parte cairá no parlamento no dia seguinte, porque nós temos de ter orgulho na nossa História”, reforçou.

O presidente do Chega assumiu que Portugal “teve o seu papel no mundo, teve o seu papel na criação de impérios, teve o seu papel no esclavagismo, teve o seu papel como outras nações do mundo tiveram”.

“Outra coisa é chicotear-nos, bater-nos com o chicote nas costas e dizer nós somos responsáveis, nós vamos indemnizar-vos, nós vamos assumir a culpa. Não, Portugal não assume a culpa de nada a não ser de ter uma grande História”, contrapôs.

Depois do fim da cerimónia, já quando todos os representantes institucionais tinham abandonado a Avenida dos Descobrimentos em Lagos, o presidente do Chega esteve a cumprimentar durante cerca de 20 minutos e comentou que “as pessoas não deixam de apoiar o Chega”.

 “Quanto ao Presidente da República parece-me que quis, honestamente, dar uma centralidade aos antigos combatentes, mas lamento não ter existido uma palavra para o excesso de imigração que estamos a ter”,

”Tanto se falou de multiculturalidade, da centralidade portuguesa, e os políticos continuam sem coragem para dizer que há um problema com a imigração em Portugal e que temos que lutar contra ela”, acrescentou.

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