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60 mil famílias ainda esperam reembolso pela compra de janelas e painéis solares

Um total de 78 mil candidaturas foram submetidas, mas entre desistências e processos não válidos, 60 mil lares esperam pelo dinheiro já investido. Ministério do Ambiente diz que operacionalizou em “poucos meses” programa que se “encontrava praticamente paralisado”. Mais de metade do orçamento inicial já foi gasto, com a tutela a aumentar a dotação para dar resposta aos milhares de processos pendurados.
20 Novembro 2024, 07h30

Apenas 10.500 famílias foram reembolsadas pela compra de janelas e painéis solares no âmbito da segunda edição do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis (PAE+S 2023), num total de 17,2 milhões de euros, segundo os dados do Fundo Ambiental (FA).

Do total de 78 mil candidaturas recebidas, contando com os mais de 10 mil reembolsos e com quase 7.300 desistências ou candidaturas não válidas, 60 mil famílias ainda esperam pelo reembolso, com os processos em diferentes fases, segundo os dados do Fundo Ambiental.

O JE pediu uma reação ao Ministério do Ambiente e da Energia sobre o atraso nos pagamentos: “Quando o Governo tomou posse, as candidaturas submetidas para o Programa Edifícios Mais Sustentáveis aguardavam há mais de seis meses por análise e pagamento”, segundo fonte oficial da Rua do Século.

“Desde a primeira hora, o Ministério do Ambiente e da Energia concentrou a sua ação na agilização destes processos, desde logo com a implementação de uma plataforma de análise de candidaturas, que até então não estava operacionalizada, e uma parceria com as Universidades do Minho, de Aveiro, de Coimbra e a Nova de Lisboa, para apoiar o Fundo Ambiental, que possui uma equipa reduzida. De referir que se tratam de candidaturas cuja análise é complexa e demorada”, disse o MAE, que também está a equacionar uma parceria com o INESC “por forma a integrar metodologias inovadoras no processo de avaliação, com o objetivo de, até ao fim do ano, finalizar o processo de análise das candidaturas que esgotem o valor inicial do concurso (30 M€)”, segundo a resposta enviada ao JE.

A tutela explica que o programa Edifícios Mais Sustentáveis, que contava com uma dotação inicial de 30 milhões de euros, será reforçado com mais 60 milhões em 2025, “por forma a dar resposta a todas as candidaturas elegíveis, que não consigam ser cobertas pelo valor inicial do aviso”.

“Em poucos meses, o Governo operacionalizou um programa que se encontrava praticamente paralisado, reforçando a sua dotação para dar resposta a todas as candidaturas que foram submetidas e consideradas corretas para pagamento”, destacou o Governo.

Para a Deco Proteste, existe um “atraso de sete meses” no pagamento face ao previsto no regulamento. “A nossa expetativa é que se resolva o mais rápido possível, mas foram defraudadas as legítimas expetativas das pessoas que cumpriram o calendário e as exigências, mas chegaram a janeiro e perceberam que não iam receber”, disse ao JE Pedro Silva, especialista em energia.

A associação recomenda aos candidatos que reclamem junto do Fundo Ambiental para tentarem apurar em que estado se encontra a candidatura e até para tentar perceber se há algo em falta no respetivo dossiê.

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