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“Abrir vagas para especialistas sem melhorar condições de trabalho não vai fixar médicos”, alerta FNAM

“À semelhança do que testemunhamos nas vagas abertas para o internato médico, onde um quinto das duas mil vagas ficaram por preencher, é pouco provável que as vagas abertas para os especialistas encontrem os candidatos necessários para suprir as carências no SNS”, considerou a FNAM.
4 Dezembro 2023, 12h48

O aumento do número de vagas para especialistas sem melhorar as condições de trabalho e as tabelas remuneratórias, em nada resolve no Serviço Nacional de Saúde (SNS), alerta a Federação Nacional de Médicos (FNAM).

Segundo a federação, “os ⁠médicos do SNS tinham expectativa num bom acordo com o Governo, que melhorasse efetivamente as condições de trabalho e atualizasse de forma justa a tabela salarial, mas isso não aconteceu e continuamos a ser dos médicos mais mal pagos a nível europeu e com condições de trabalho cada vez mais degradadas”.

“À semelhança do que testemunhamos nas vagas abertas para o internato médico, onde um quinto das duas mil vagas ficaram por preencher, é pouco provável que as vagas abertas para os especialistas encontrem os candidatos necessários para suprir as carências no SNS”, considerou a FNAM.

No que diz respeito às especialidades, a federação frisou que “não se percebe como em áreas tão carentes como a anatomia patológica, medicina física e reabilitação e medicina do trabalho não foram abertas quaisquer vagas, entre outras”.

“É igualmente inaceitável que, ao contrário da Medicina Geral e Familiar e da Saúde Pública, a contratação a nível hospitalar, vá ser direta, sem qualquer concurso ou escrutínio, ficando ao critério de cada instituição ou diretor de serviço. Este método é discricionário, desprovido de regras justas, transparentes e que garantam a equidade”, sublinhou a FNAM.

O sindicato considera que “este Governo tinha condições e, por isso, a obrigação de resolver a situação da falta de médicos no SNS”. “O que sobrou em disponibilidade orçamental faltou em vontade política, pelo que as políticas de saúde do ministro Manuel Pizarro deixam o SNS num estado lastimável, unicamente por sua responsabilidade”, destacou a FNAM.

De relembrar que, na última reunião com a tutela, a FNAM abandonou as negociações – depois de 19 meses – e disse que a proposta era “um mau acordo” para os médicos e SNS. Assim sendo, o Sindicato Independente dos Médicos foi o único a assinar o acordo que prevê aumentos entre os 10% e os 14,6%.

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