O aumento do número de vagas para especialistas sem melhorar as condições de trabalho e as tabelas remuneratórias, em nada resolve no Serviço Nacional de Saúde (SNS), alerta a Federação Nacional de Médicos (FNAM).
Segundo a federação, “os médicos do SNS tinham expectativa num bom acordo com o Governo, que melhorasse efetivamente as condições de trabalho e atualizasse de forma justa a tabela salarial, mas isso não aconteceu e continuamos a ser dos médicos mais mal pagos a nível europeu e com condições de trabalho cada vez mais degradadas”.
“À semelhança do que testemunhamos nas vagas abertas para o internato médico, onde um quinto das duas mil vagas ficaram por preencher, é pouco provável que as vagas abertas para os especialistas encontrem os candidatos necessários para suprir as carências no SNS”, considerou a FNAM.
No que diz respeito às especialidades, a federação frisou que “não se percebe como em áreas tão carentes como a anatomia patológica, medicina física e reabilitação e medicina do trabalho não foram abertas quaisquer vagas, entre outras”.
“É igualmente inaceitável que, ao contrário da Medicina Geral e Familiar e da Saúde Pública, a contratação a nível hospitalar, vá ser direta, sem qualquer concurso ou escrutínio, ficando ao critério de cada instituição ou diretor de serviço. Este método é discricionário, desprovido de regras justas, transparentes e que garantam a equidade”, sublinhou a FNAM.
O sindicato considera que “este Governo tinha condições e, por isso, a obrigação de resolver a situação da falta de médicos no SNS”. “O que sobrou em disponibilidade orçamental faltou em vontade política, pelo que as políticas de saúde do ministro Manuel Pizarro deixam o SNS num estado lastimável, unicamente por sua responsabilidade”, destacou a FNAM.
De relembrar que, na última reunião com a tutela, a FNAM abandonou as negociações – depois de 19 meses – e disse que a proposta era “um mau acordo” para os médicos e SNS. Assim sendo, o Sindicato Independente dos Médicos foi o único a assinar o acordo que prevê aumentos entre os 10% e os 14,6%.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com