A Ação Democrática Independente (ADI) propôs hoje a presidente do Parlamento, a ministra da Justiça ou a da Saúde, como opções para chefiar o governo são-tomense, após o Presidente da República rejeitar o primeiro nome proposto.
Os nomes de Celmira Sacramento, presidente do Parlamento, Ilza Amado Vaz, ministra da Justiça, e Ângela da Costa, ministra da Saúde, constam de uma carta, a que a Lusa teve acesso, assinada pelo primeiro-ministro demissionário, Patrice Trovoada, enquanto presidente da ADI, partido mais votado nas legislativas de 2022.
A indicação destes nomes para liderar o Governo acontece poucas horas após o presidente, Carlos Vila Nova, ter anunciado que rejeitou o nome do ex-ministro das Finanças e antigo governador do Banco Central, Hélio Vaz de Almeida, indicado pela ADI na quarta-feira para assumir a chefia do Executivo.
“O candidato proposto não acolhe a minha sensibilidade”, declarou Carlos Vila Nova, em conferência de imprensa.
O chefe de Estado disse que aguardava até hoje para a Ação Democrática Independente (ADI), enquanto partido vencedor das últimas eleições de 2022, indicar um novo nome, sublinhando que o partido tem vários quadros para o desempenho da função.
O Presidente disse que não poderia entrar em detalhes sobre os requisitos exigidos para aceitar a figura a ser indicada, mas assegurou que o “canal de consulta [prévia] sempre esteve aberto”, rejeitando estar a dificultar a ação da ADI neste processo.
“Ao longo destes anos, privilegiei sempre a estabilidade governativa e nacional, porque não faltaram motivos e razões para que eu pudesse ter demitido este Governo”, declarou Vila Nova.
Carlos Vila Nova sublinhou nomeadamente a falta de lealdade institucional, assinatura de acordos internacionais sem conhecimento do Presidente da República, exemplificando com a Turquia e a Venezuela, e ainda cerca de seis meses e três semanas de ausência do chefe do Governo do território nacional, das quais o chefe de Estado só teve conhecimento quando já decorriam.
Na segunda-feira, o Presidente são-tomense demitiu o Governo, apontando “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, segundo o decreto presidencial.
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