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“Silêncio total”. Empresas de espetáculos criticam ausência de referências à cultura pelos partidos (com áudio)

O sector da cultura está mergulhado numa grande crise e Álvaro Covões defende serem precisas “medidas urgentes”.
  • Álvaro Covões
13 Janeiro 2022, 07h40

As campanhas e debates políticos já arrancaram, mas o nome “Cultura” simplesmente não tem sido mencionado, algo que Álvaro Covões, presidente da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) considerou incompreensível ao Jornal Económico.

“Todos os partidos da esquerda à direita: silêncio total”, descreveu Álvaro Covões. “Quando o Instituto Nacional de Estatística comunica ao país uma tragédia no sector cultural: menos 85,1% dos espectadores nos espetáculos ao vivo, menos 75,5% de espectadores no cinema , menos 71% de entradas em museus. Quando se comunica uma tragédia destas como é possível que da esquerda à direita nem uma palavra?”, questiona-se.

Para o presidente da APEFE ,o silêncio dos partidos perante a cultura torna-os menos confiáveis. “Como podemos confiar em qualquer um deles quando não têm uma visão estratégica do país?”, perguntou.

Sobre política, o também promotor do NOS Alive critica também a ausência de orientações da Direção Geral de Saúde relativa às campanhas para as eleições legislativas. “Estamos em campanha eleitoral, a DGS fez alguma orientação para a campanha política, por exemplo recomendações? Não, zero”, sublinhou.

Álvaro Covões admite que “é um direito que os partidos têm, o de passar a sua palavra”, um direito que está “previsto na lei”, mas “existe um tema que é a pandemia”, que não tem sido pensado no sentido de existirem regras sanitárias.

“Já passaram 23 meses desde o inicio da pandemia e já estaria quase na altura de as medidas serem medidas de bom senso, medidas razoáveis que mantivessem equilibro entre economia e saúde pública”, defende o responsável pela APEFE.

Cultura precisa de “medidas urgentes”

O sector da cultura está mergulhado numa grande crise e Álvaro Covões defende serem precisas “medidas urgentes”. “Primeiro um equilíbrio nos apoios: se há uma penalização à atividade cultural para que o resto da sociedade possa funcionar, se há uma cuidado excessivo na cultura tem que haver uma compensação [monetária] para as pessoas, para as empresas”.

Depois são igualmente necessárias “políticas culturais”. Na ótica do responsável pelo NOS Alive há que “sensibilizar os portugueses a consumir cultura.  É preciso criar hábitos de cultura, sem a ditadura do gosto”.

A par com os apoios financeiros e a sensibilização dos portugueses para a Cultura, Álvaro Covões defende a existência de “um plano de ação”. Tal como agora o Governo teve: a partir do dia 9 de fevereiro em que já não são precisos testes negativos para viajar para Portugal . Um plano onde diz quais as regras para a cultura”, pede.

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