As autoridades angolanas desmantelaram, nos últimos dez meses, 41 estaleiros clandestinos de mineração de criptomoedas, em todo o país, e detiveram pelo menos 100 pessoas, maioritariamente chineses, avançou hoje o Serviço de Investigação Criminal (SIC).
O caso mais recente foi hoje divulgado pelo SIC, tratando-se da apreensão, em Luanda, de oito contentores de equipamentos de mineração de criptomoedas, descoberto na centralidade do Kilamba, avaliados em quase 17 milhões de dólares (15,2 milhões de euros).
Segundo o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, o espaço, com uma dimensão de 10 hectares, pertence a um cidadão chinês, que se encontra foragido.
Em declarações à imprensa, Manuel Halaiwa disse que os materiais apreendidos, de alta precisão, usados e novos, totalizam cerca de 17.000 processadores ‘panda mining’, avaliados entre mil dólares (895,6 euros), os antigos, e 1.400 dólares (1.253 euros), os novos.
“Se olharmos para aquilo que tem sido a lógica dos centros de mineração de criptomoedas, o material que aqui está dava para instalar cerca de oito centros de mineração de criptomoedas, à dimensão do último que desmantelámos”, referiu.
Manuel Halaiwa sublinhou que, presumivelmente, a intensão era instalar-se naquele local um centro de mineração de alta dimensão.
O porta-voz do SIC destacou que, como o SIC tem intensificado a luta contra esta atividade ilegal, os implicados têm procurado por locais menos suspeitos, deixando “passar a pressão atual” e, a seu tempo, instalarem naquele local um centro de alta dimensão.
De acordo com Manuel Halaiwa, a atividade de mineração de criptomoedas “é super lucrativa” e, caso viesse a funcionar este centro, o rendimento mensal deveria rondar os 17 milhões de dólares (15,2 milhões de euros), calculando que cada processador “consegue minerar entre 35 (31,3 euros) e 37 dólares (33,1 euros)/dia”.
O responsável enfatizou que o Estado angolano criminalizou esta atividade, em legislação que entrou em vigor em abril de 2024, para salvaguardar os seus sistemas elétrico e financeiro, pelos crimes subjacentes a esta matéria, apelando à denúncia destes casos.
Manuel Halaiwa frisou que, desde abril de 2024, até à presente data foram já desmantelados 41 estaleiros clandestinos de mineração de criptomoedas em todo o país, com mais de 100 detidos de nacionalidade chinesa e alguns angolanos envolvidos na atividade de guarnição e proteção dessas infraestruturas.
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